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Para melhor conhecer a Abadia da Ressurreição

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Vanderlei de Lima - publicado em 22/01/23
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Como é o dia a dia dos monges que vivem lá?

Neste artigo, desejamos falar, ainda que de modo muito breve, sobre a Abadia da Ressurreição, comunidade monástica beneditina masculina de Ponta Grossa (Paraná, sul do Brasil).

Tudo teve início, em junho de 1981, quando um grupo de dez monges foi do mosteiro de São Bento de São Paulo para Ponta Grossa. Destes apenas um era professo solene e sacerdote. Os outros se dividiam entre quatro professos temporários, quatro noviços e um postulante. A princípio, instalaram-se em casebres de madeira anexos a um santuário mariano, no Parque estadual de Vila Velha. Nessa época – 1981 a 1985 –, lhes faltava praticamente tudo, menos a caridade dos religiosos, das religiosas e de leigos que auxiliavam a comunidade com a oferta de alimentos. Com o tempo, porém, conseguiram a doação de máquinas para a fabricação de velas e as coisas começaram a melhorar.

Deus que não se deixa vencer em generosidade, possibilitou, graças a magnânimos benfeitores, em agosto de 1983, a compra de sete alqueires de terra a doze quilômetros da cidade. Dois anos depois, agosto de 1985, com a inauguração das 16 primeiras celas, os dois grupos que estavam separados – um na antiga residência e outro na nova – voltaram a se reunir. Em 18 de outubro de 1984, o Mosteiro foi erigido canonicamente como Priorado Simples, sob a jurisdição do Abade Presidente da Congregação Beneditina do Brasil, Dom Basílio Penido, OSB, e, em 11 de julho de 1987, como Priorado Conventual sendo nomeado o primeiro superior maior. Em 1991, o superior renunciou. Dom André Martins, OSB, membro fundador da comunidade, é eleito Prior Conventual. Uma nova fase teve, então, início para aquela comunidade beneditina. Em 21 de agosto de 1997, por decreto da Santa Sé, o Mosteiro foi elevado à condição de Abadia e Dom André eleito o seu primeiro Abade, função que exerce até hoje. Em 2008, após 27 anos de pertença à Congregação Beneditina do Brasil, a comunidade solicitou sua incorporação à Congregação Beneditina Sublacense (hoje Congregação Beneditina Sublacense-Cassinense) e, em 14 de setembro do mesmo ano, teve o seu pedido aceito.

Visando o silêncio e o recolhimento monástico, a Abadia da Ressurreição não exerce atividades pastorais externas e permanentes. Assim age, não por acreditar que elas sejam incompatíveis com o estado monástico, mas para acentuar o caráter contemplativo da comunidade e a fim de oferecer aos hóspedes e visitantes um espaço de silêncio e de contato com a natureza, tão propícios à paz e à oração. Tanto que, hoje, a comunidade de cerca de trinta monges, a viver de acordo com a Regra de São Bento, tem planos de se mudar para uma área ainda mais afastada que a atual.

Aqui, alguém poderá sadiamente indagar: mas, afinal, como é o dia de cada um desses monges? – Respondemos que o seu dia está dividido entre a oração, a leitura, o descanso e o trabalho manual e intelectual. O sino os chama, em intervalos regulares, para celebrarem juntos a Liturgia das Horas ou o Ofício Divino. Sua oração comum culmina com a celebração diária da santa Missa. Além disso, cada monge reza individualmente e faz a Lectio Divina, a leitura orante da Palavra de Deus. Tem-se, assim, a seguinte rotina: 4h: Despertar; 4h20: Ofício de Vigílias, desjejum e Lectio Divina; 6h15: Ofício de Laudes e Santa Missa (no domingo a Santa Missa é celebrada às 10h); Leitura pessoal; 8h30: Ofício de Tércia (no domingo não há a celebração comunitária desse Ofício) seguida de trabalhos e/ou formação; 12h: Ofício de Sexta, almoço, lava-pratos e sesta; 14h30: Ofício de Noa, trabalhos e/ou formação; 17h: Asseio pessoal; 17h30: Ofício de Vésperas, jantar, lava-pratos (no sábado, há recreação comunitária) e Colações; 19h: Ofício de Completas e, a seguir, repouso. As segundas-feiras, salvo raras exceções, são chamadas “dias livres”.

O candidato à vida monástica no Mosteiro da Ressurreição deve enviar um e-mail a Dom Mateus de Salles Penteado, OSB, (d.mateusdesalles@gmail.com) que lhe dará todas as informações necessárias sobre a vida monástica, a forma de ingresso e as etapas da formação até a profissão solene com a graça de Deus.

Eis, em suma, parte da história e do dia a dia dos monges beneditinos da Abadia da Ressurreição, de Ponta Grossa, no Paraná. Rezemos por eles!

Mais informações aqui.

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