O luto surpreende. Além de ser uma montanha russa, ele ainda pode ser uma caixinha de surpresas: nunca sabemos exatamente o que esperar. Não sabemos o que pode acabar sendo um gatilho emocional ou que, em algumas situações, sentiremos mais desconforto do que imaginávamos - até passar por ela.
Não é possível prever nossas reações diante das diferentes situações, mas uma coisa é unânime: as primeiras vezes doem mais. Cada primeira vez sem alguém que amamos, dói de um jeito diferente.
Dói pela ausência, pelo estranhamento do sabor que aquilo apresenta agora, por reconhecer que as cores são diferentes e que o prazer não é o mesmo. Dói por saber que é a primeira vez de todas as próximas vezes. Que não voltaremos juntos a mais nenhum lugar e que os próximos lugares também terão a sua primeira vez sem você.
Isso não é uma regra. Nem todos sentirão da mesma forma. Além disso, algumas primeiras vezes poderão ser mais difíceis que as outras - nem todas irão significar a mesma coisa. Ainda assim, é imprevisível. E só descobriremos como passar por elas na vivência. Não há outra maneira. Nem diante de todas as suposições e possibilidades, seremos capazes de mensurar o quanto irá mexer com a gente.
Não há atalhos no luto. O caminho se faz caminhando. É necessário que exista esse movimento, assim como é fundamental parar para processar a ausência, digerir a nova realidade sem os planos planejados e elaborar novos planos.
Respeite seu processo e não desista do próximo passo. Você está no seu caminho. Vai passar.
Se você passa pelo processo do luto, não hesite em buscar ajuda espiritual para acreditar que para tudo existe um propósito maior. Também busque ajuda psicológica para te ajudar a lidar com essa bagunça que permanecerá por algum tempo aí dentro de você.
Quer ter acesso a mais conteúdos como esse? Clique aqui e siga a psicóloga Talita Rodrigues no Instagram