Pegue uma roda antiga, como aquelas encontradas sob as carroças de madeira, ou até mesmo a roda de uma bicicleta. A imagem permanece a mesma: ao centro, o ponto para onde convergem os raios que sustentam o aro perfeitamente circular. Agora, transponha esta imagem para a vida espiritual de um casal. O ponto principal, no centro de tudo, representa o Senhor. Nos raios, que vão do centro à borda (aqui, uma referência ao mundo), estariam pequenas pérolas (cada um dos dois cônjuges). Elas são capazes de se mover em toda a extensão do raio. Embora cada um dos cônjuges mantenha sua interioridade e sua vida espiritual por conta própria, as pérolas se encontram no centro da roda.
Assim, quanto mais os dois cônjuges se aproximam de Deus, mais se aproximam um do outro. A graça funciona, a comunicação é mais fluida e os laços, mais fortes e suaves. Quanto mais os cônjuges se afastam de Deus, mais difícil é para um casal entrar em acordo.
Deixando de lado a vida de oração, o homem perde esta comunhão de almas e de corações, essencial para uma vida conjugal plena. Estar perto de Deus é estar perto do outro.
Bento XVI refletiu sobre isso em sua carta encíclica Spe Salvi:
"Nenhum homem é uma mônada fechada em si mesma. As nossas vidas estão em profunda comunhão entre si; através de numerosas interações, estão concatenadas uma com a outra. Ninguém vive só. Ninguém peca sozinho. Ninguém se salva sozinho. Continuamente entra na minha existência a vida dos outros: naquilo que penso, digo, faço e realizo. E, vice-versa, a minha vida entra na dos outros: tanto para o mal como para o bem."
Que a analogia com a roda possa impulsionar a sua vida conjugal!