No mundo de hoje, é relativamente fácil ser egocêntrico. A cultura ao nosso redor está constantemente nos incentivando a “cuidar de nós mesmos”, satisfazendo os nossos desejos e dando-lhes prioridade.
O antídoto para uma vida egocêntrica é incorporar a oração à nossa programação diária.
O Papa Bento XVI explicou essa ideia na sua homilia da Quarta-feira de Cinzas de 2008:
Sem a dimensão da oração, o “eu” humano acaba por se fechar em si mesmo, e a consciência, que deveria ser eco da voz de Deus, corre o risco de se reduzir a um espelho de si própria, de modo que a conversa interior se torne um monólogo, dando origem a milhares de auto-justificativas. A oração, por sua vez, é garantia de abertura ao outro: quem se liberta para Deus também se abre simultaneamente ao outro, ao irmão ou à irmã que bate à porta do seu coração e pede para ser ouvido, pede atenção, perdão, às vezes correção, mas sempre na caridade fraterna.
Embora seja verdade que podemos ser tentados a transformar até a oração em algo egocêntrico, a oração autêntica nunca é egoísta.
A verdadeira oração nunca é egocêntrica, mas sempre centrada no outro. Como tal, abre o orante ao “êxtase” da caridade, à capacidade de sair de si para se aproximar do outro no serviço humilde e próximo. A verdadeira oração é o motor do mundo, porque o mantém aberto a Deus. Por isso, sem oração não há esperança: há somente ilusão.
Se queremos combater a tentação do egocentrismo, é imprescindível rezarmos e nos abrirmos a Deus.