Uma maré verde em defesa da vida inundou Madri para reagir com as cores da esperança contra a agressiva legislação pró-aborto que tem sido imposta aos espanhóis.
O país, assim como o Canadá e o Reino Unido, tem atropelado direitos fundamentais como as liberdades de pensamento, manifestação pacífica, reunião e religião, e está ameaçando com nada menos que a cadeia todo aquele que, por exemplo, rezar silenciosamente nas proximidades de clínicas de aborto. A alegação, fortemente ideológica, subjetiva e arbitrária, típica de regimes ditatoriais, é a de que a demonstração pública de contrariedade ao aborto seria criminosa.
Mais de 50.000 pessoas, segundo os organizadores, se reuniram na Plaza de Cibeles, ponto emblemático da capital da Espanha, para mostrar o seu apoio aos "mais inocentes e frágeis". Milhares de famílias entoaram cantos a favor da vida, incluindo a canção "Tenía tanto que darte" ("Tinha tanto para te dar"), de Nena Daconte, que se tornou um ícone da luta pela vida. Os manifestantes também fizeram fortes críticas à recente legislação espanhola propulsora do aborto.
A presidência da Federação das Associações Pró-Vida na Espanha enfatizou que "é urgente um forte 'sim à vida' em favor dos mais inocentes e frágeis, das mães que precisam de ajuda durante a gravidez, daqueles que precisam de cuidados especiais em qualquer momento da vida".
Um manifesto em 9 pontos
Os 9 pontos do Manifesto lido neste domingo pela Plataforma Sim à Vida são os seguintes:
“1) Proclamamos que todo ser humano tem direito à vida e a ser tratado de acordo com a sua dignidade especial, desde a concepção até a morte natural e em todos os momentos e circunstâncias.
2) Queremos mostrar a grandeza da cultura da vida e dos seus frutos, uma cultura generosa, acolhedora, construtiva, alegre, que cura as feridas, que não se rende.
3) Rejeitamos todas as leis e práticas que ameacem a vida e a natureza humana em qualquer momento da sua existência, bem como os negócios e ideologias que as sustentam.
4) Exigimos que não se esconda a verdade biológica da vida humana, nem os conhecimentos e experiências que podem ser proporcionados por todas as áreas. Da mesma forma, exigimos que não se minta sobre o aborto, a eutanásia, os ataques ao embrião, a ideologia de gênero, nem se negue a crueldade, a injustiça e a dor que a cultura da morte inflige.
5) Exigimos que, prioritariamente, os avanços e cuidados médicos cheguem a todos, sem exceção: aos que ainda não nasceram e às suas mães, aos doentes crônicos, aos que sofrem doenças pouco ou muito frequentes, aos que precisam de cuidados paliativos, e que sejam destinados ao seu atendimento todos os recursos materiais e pessoais necessários.
6) Apoiamos e agradecemos a todas as pessoas e associações que, nos mais diversos âmbitos de atuação, trabalham em prol de toda vida humana, apesar das muitas dificuldades e até perseguições.
7) Dirigimo-nos também aos que pensam diferente, aos que sofrem por causa de más decisões do passado ou pela indiferença, porque não podemos recuperar as vidas perdidas nem mudar o passado, mas temos o futuro nas mãos e temos muito bem a fazer; e todos nós, sem exceção, somos necessários.
8) Continuaremos trabalhando para que nenhuma lei ilegítima e perversa vigore em nosso ordenamento jurídico, pois acreditamos que a Espanha deve ser uma nação avançada, progressista nos direitos verdadeiros e conservadora nos valores objetivos e perenes.
9) E enquanto as leis mudam, enquanto a cultura da morte tenta dominar, nós continuaremos acendendo uma luz, mostrando a verdade, salvando vidas e fomentando a esperança. Por tudo isso, mostramos, durante mais um ano, o nosso compromisso público e unitário de continuar dizendo sempre e em todas as circunstâncias: sim à vida!