Atualmente, muitas pessoas se perguntam se o casamento ainda é realmente necessário. A julgar pelas estatísticas sobre as taxas de matrimônio, principalmente entre os adultos mais jovens, pode-se dizer que essa instituição não tem mais tanto significado ou propósito para um grande número de pessoas. As mulheres, especialmente, são frequentemente consideradas melhores sem maridos.
Com certeza, a falta de crença e a prática religiosa desempenham um grande papel nessa tendência crescente. Porém, o casamento tem sido a base de muitas culturas por muito tempo. Pessoas de diferentes crenças e costumes em todo o mundo o consideram fundamental para a saúde da sociedade.
Inúmeras pesquisas ao longo dos anos comprovam essa sabedoria antiga. A mais recente - um estudo sobre a saúde e a felicidade das mulheres - mostra que o casamento é significativamente benéfico para elas.
O estudo publicado na Global Epidemiology ouviu 11.830 enfermeiras americanas inicialmente solteiras. Os pesquisadores acompanharam as que se casaram por um período de quatro anos e, depois, compararam-nas com aquelas que permaneceram solteiras. Os estudiosos ainda analisaram como todas essas mulheres estavam após 25 anos, em termos de saúde mental e física, além de longevidade, levando em consideração fatores como idade, raça e status socioeconômico.
O que eles descobriram foi que o casamento ainda importa - e muito. O trecho abaixo é de um artigo publicado pelo Wall Street Journal e escrito por dois dos autores do estudo, Brendan Case e Ying Chen :
"Nossas descobertas foram impressionantes. As mulheres que se casaram no período inicial, incluindo aquelas que se divorciaram posteriormente, tiveram um risco 35% menor de morte por qualquer motivo no período de acompanhamento do que aquelas que não se casaram nesse período. Em comparação com aquelas que permaneceram solteiras, as casadas também apresentaram menor risco de doenças cardiovasculares, menos depressão e solidão, eram mais felizes e otimistas e tinham maior senso de propósito e esperança."
Casamento X divórcio
Os pesquisadores também analisaram os efeitos do divórcio no grupo de mulheres. Os resultados foram os seguintes:
"Entre aquelas que já eram casadas no início do estudo, o divórcio as deixou com saúde e bem-estar piores do que as que permaneceram casadas no período. Elas apresentaram maior solidão e depressão e níveis mais baixos de integração social.
Também houve evidências um pouco menos robustas de que as mulheres que se divorciaram tiveram um risco 19% maior de morte por qualquer motivo ao longo dos 25 anos de acompanhamento do que as que permaneceram casadas.
Considerando os fatores que influenciam na saúde e no bem-estar (genes, dieta, exercícios, ambiente, rede social etc.), o fato de o casamento poder reduzir a mortalidade em 25 anos em mais de um terço – e o divórcio possivelmente aumentá-la em quase um quinto - indica o quão importante o casamento continua sendo na vida moderna."
Havia limites para o estudo, é claro. Ele focou principalmente em mulheres profissionais brancas que estavam tomando decisões para se casar entre 1989-1993. Mas os pesquisadores dizem que estão confiantes em suas conclusões. Agora, eles querem ver o mesmo tipo de estudo aplicado aos homens, já que pesquisas anteriores mostraram que o casamento é ainda melhor para a saúde e o bem-estar dos homens do que das mulheres.
Enfim, o valor de tais estudos não é simplesmente que eles podem substanciar o que as pessoas de fé já sabem, mas que eles mostram benefícios humanos reais. Todo mundo quer ser saudável e feliz, e se isso é uma clara vantagem do casamento para todos – em todas as crenças e culturas – então estudos como este podem servir para motivar os líderes cívicos a promover o casamento em muitos níveis diferentes.
Nota: Os resultados deste estudo e de outros semelhantes não significam que nunca haja motivos para se separar do cônjuge, o que às vezes é necessário. Se você está enfrentando problemas conjugais, procure a ajuda de um terapeuta matrimonial qualificado. Além disso, o casamento não é para todos. A Igreja Católica tem uma longa tradição de celebrar diferentes vocações e chama todas as pessoas à santidade, independentemente do seu estado de vida.