A Pacem in Terris, promulgada em 11 de abril de 1963, foi uma das encíclicas mais significativas escritas por São João XXIII durante o seu pontificado. Com profundidade, tocou na dignidade da pessoa humana e no bom ordenamento dos assuntos civis.
São João XXIII começa sua encíclica escrevendo:
"A paz na terra, anseio profundo de todos os homens de todos os tempos, não se pode estabelecer nem consolidar senão no pleno respeito da ordem instituída por Deus".
Em seguida, proclama o objetivo principal da sua encíclica, explicando como a dignidade da pessoa humana implica certos direitos e deveres:
"Em uma convivência humana bem constituída e eficiente, é fundamental o princípio de que cada ser humano é pessoa; isto é, natureza dotada de inteligência e vontade livre. Por essa razão, possui em si mesmo direitos e deveres, que emanam direta e simultaneamente de sua própria natureza. Trata-se, por conseguinte, de direitos e deveres universais, invioláveis, e inalienáveis".
É uma encíclica poderosa que pretende ser fonte primária de inspiração para todos os assuntos civis.
São João XXIII termina sua encíclica apelando a Jesus, o “Príncipe da Paz”:
"Esta paz, peçamo-la com ardentes preces ao Redentor divino que no-la trouxe. Afaste ele dos corações dos homens quanto pode pôr em perigo a paz e os transforme a todos em testemunhas da verdade, da justiça e do amor fraterno. Ilumine com sua luz a mente dos responsáveis dos povos, para que, junto com o justo bem-estar dos próprios concidadãos, lhes garantam o belíssimo dom da paz.
Inflame Cristo a vontade de todos os seres humanos para abaterem barreiras que dividem, para corroborarem os vínculos da caridade mútua, para compreenderem os outros, para perdoarem aos que lhes tiverem feito injúrias. Sob a inspiração da sua graça, tornem-se todos os povos irmãos e floresça neles e reine para sempre essa tão suspirada paz".