Toda perda dói, machuca, é frustrante, desgastante, é estressante. Seja a perda de um trabalho, de uma amizade ou qualquer outra coisa. Existe uma quantidade de perdas enorme, e eu ficaria horas aqui, listando-as. Umas são menores, outras maiores, umas doem mais, outras menos, mas todas doem. Algumas rasgam a pele da alma, sangram o coração de forma que parece que vamos morrer ou vamos viver eternamente com aquela dor lancinante.
Algumas pessoas são mais resistentes às perdas, à dor, suportam melhor as mudanças; outras, não. Isso quer dizer que você seja fraco? Claro que não. Quer dizer apenas que você tem uma constituição emocional diferente.
Quando perdemos algo ou alguém não é necessário fingir que não dói, que aquilo não significou nada. Se dói, dói. Deixe doer. Permita doer até que a dor se esgote. Permita-se seguir a ordem dos fatos: assustar-se com o acontecimento, chorar, sofrer, enterrar a dor, fazer sua missa de sétimo dia, respeitar o seu período de luto e, depois, seguir em frente. O tempo necessário para isso eu não sei, cada um tem o seu tempo e respeitar esse processo é saudável.
Só não fique remoendo o que te doeu a vida inteira. A vida continua. E continuar nem sempre quer dizer esquecer. Quer dizer não permitir que o que nos fez sofrer continue a nos machucar a vida toda, que nos impeça de viver coisas coisas novas, de sermos felizes, de celebrar a vida com a leveza que ela merece.
Há pessoas e acontecimentos que, mesmo que quiséssemos, jamais conseguiríamos esquecer. Há outros que, para o próprio bem, devem ser esquecidos. Inteligente é distinguir um do outro.