Quando se lê a Bíblia com olhos de águia, percebem-se muitas coisas interessantes… A descendência de Caim é descrita como degenerada. Um dos seus descendentes, Lamec, inventou a poligamia e o infanticídio. Com a proliferação do pecado, o Gênesis conta que Deus se “arrependeu” de ter criado o homem – uma metáfora antropomórfica que nos quer apenas dizer que a degradação moral tinha atingido níveis sub-animalescos.
Quando os filhos de Deus começaram a se unir às filhas dos homens – e, na ”Cidade de Deus”, Santo Agostinho interpreta que esta foi justamente a união da descendência de Caim com a de Set –, repentinamente, veio o dilúvio. O estopim, justamente, foram os pecados contra a vida e contra a família, a completa depravação moral do homem.
Nunca estivemos tão próximos de uma guerra nuclear. E isso não se deve a uma crise geopolítica, mas à completa falta de virtude dos nossos dirigentes. Durante a guerra fria, o mundo ainda podia contar com a prudência de Kennedy, Reagan, Kruschov e Brejnev… E a desgraça, realmente, não chegou a acontecer.
Hoje, em que somos dirigidos por bandidos, cachaceiros, senis, psicopatas, ditadores sanguinários, gente sem a mínima virtude, este mundo desordenado corre o sério risco de ser vítima da mais grotesca destruição. E ela não viria, nesse caso, de nenhum eco-apocalipse, mas de uma verdadeira devastação bélico-nuclear. Quando falamos em guerra, não somos capazes de imaginar o que pode vir pela frente!… O que virá, se vier, será uma hecatombe inédita.
E, como disse Jesus, “nos dias anteriores ao dilúvio, os homens comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos” (Mt 24,38-39). Hoje, todos vivem irresponsavelmente, como se nada lhes fosse acontecer… até quando?
Quando vemos a insensatez dos nossos líderes e a sua leviandade nas palavras, temos diante de nós o sinal eloquente de que podemos, sim, estar às vésperas de um grande tormento.
“As palavras do sábio lhe trazem benefícios, mas os lábios do insensato o destroem. No início as suas palavras são mera tolice, mas no final são loucura perversa. Embora o tolo fale sem parar, ninguém sabe o que está para vir; quem poderá dizer a outrem o que lhe acontecerá depois?” (Ecl 10,12-14).
Pe. José Eduardo Oliveira, via rede social