Um programa familiar infalível é ir ao cinema para assistir a uma longa-metragem capaz de agradar tanto as crianças quanto os adultos. Neste momento essa aposta vai para "Super Mario Bros: O Filme".
Os anos de pandemia e suas consequências afetaram profundamente as salas de cinema: perdas econômicas, fechamento de alguns prédios emblemáticos, pequenas cidades que ficaram sem salas de cinema, rotina do telespectador de consumir filmes apenas em casa e por plataformas de streaming...
É por isso que os filmes comerciais, os chamados blockbusters, estão cada vez mais espetaculares. Seus criadores estão mais atentos a fisgar o espectador com iscas que incluem aquele "ainda mais difícil" e sequências que só podem ser curtidas 100% na telona.
Super Mario Bros
Eu mesmo fui "fisgado" pela indústria cinematográfica. No último fim de semana, minha família e eu nos divertimos muito com as aventuras dos encanadores da Nintendo. O filme lembra alguns de nós da nossa própria infância, quando íamos aos fliperamas jogar videogames, em que Mario tentava resgatar uma princesa das garras de um gorila que lançava barris nele para atrapalhar.
Foi a primeira vez que levamos nosso segundo filho, de cinco anos ao cinema. Eu esperei por esse momento por meses. Toda a "excursão" teve para mim, e suponho que para eles também, o frescor do novo e o abrigo do familiar: a sala escura, o saco de pipoca, o tremor do som, o magnetismo da telona, a emoção de ir ver "o seu primeiro filme no cinema", os irmãos sentados juntos...
Também foi importante para ensiná-los a respeitar as regras do local: não se levantar, não correr pelos corredores, não pular entre os assentos, fazer perguntas apenas se necessário, mas sem gritar. Ir ao cinema implica educação e respeito pelo público. Alguns pais tendem a esquecê-lo.
A aceitação do pai e a proteção da fraternidade
Em "Super Mario Bros", embora a ação e as aventuras não dêem trégua, há dois temas familiares notáveis: o primeiro é a necessidade dos dois irmãos, Mario e Luigi, de ganharem a aceitação do pai. A segunda, a insistência de Mario de que "nada pode nos prejudicar enquanto estivermos juntos", referindo-se a ele e a Luigi como dois irmãos cuja união é a força de que precisam. Ou seja, estamos diante dos valores da fraternidade e da solidariedade. O roteiro pode não ter muito impacto, mas a mensagem certamente chega às crianças.
A trama não apresenta dificuldades porque é voltada para o público mais jovem: Mario e Luigi moram no Brooklyn e, devido a uma série de desentendimentos, vão parar em um mundo de fantasia. Seus caminhos se separam: Mario chega ao Reino do Cogumelo, governado pela Princesa Peach; Luigi aterrissa nas Terras Sombrias, dominadas pelo cruel Bowser. A missão de Mario será resgatar seu irmão, o mais indefeso dos dois.
Cena a cena, os diretores apresentam todas as referências e personagens que vimos no videogame: moedas de ouro, cogumelos de energia, blocos de tijolos, estrelas, flores de fogo, conchas, torres, caminhos de arco-íris, tartarugas, plantas carnívoras...
O filme contém também uma trilha sonora para nostálgicos, com músicas de A-Ha, Electric Light Orchestra, Bonnie Tyler e AC/DC, entre outros. Há também inúmeras variações musicais sobre o tema principal do célebre videogame.
Meu conselho é que, se você tem filhos, não espere "Super Mario" chegar às plataformas: vá agora mesmo para curtir no cinema. É uma experiência que une e fortalece laços familiares!