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Somos livres para quê?

Homem no campo de braços abertos
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Padre Reginaldo Manzotti - publicado em 02/05/23
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Deus nos deu o chamado “livre arbítrio”, que é a liberdade de fazermos escolhas, de agir ou não agir, de fazer as coisas ou não fazer. Mas essa liberdade só alcança a sua perfeição em uma circunstância

É para a liberdade que Cristo nos libertou (Gl 1, 5) Mas, de quê? Somos livres para quê? Como podemos dizer que somos livres? Com muita frequência recomendamos: examinem a consciência. O que é consciência? Se existe consciência, por que insistimos no errado? O problema é que nossa consciência pode estar danificada e continuamos com o mal e o pecado coabitando em nós.

São Pedro nos diz: “Pois o batismo não serve para limpar o corpo da imundície, mas é um pedido a Deus para obter uma boa consciência, em virtude da ressurreição de Jesus Cristo.” (1Pd 3,21) 

Somos livres na prática do bem. É para a liberdade que Cristo nos libertou, mas uma liberdade que embase a ressurreição em Jesus, uma libertação em Jesus, um sepulcro vazio em Jesus, uma liberdade que deve nos levar a uma boa consciência. Deus nos deu o chamado “livre arbítrio”, que é a liberdade de fazermos escolhas, de agir ou não agir, de fazer as coisas ou não fazer. Essa liberdade alcança a sua perfeição quando está em profunda sintonia com Deus.

 O fato de a pessoa dizer que fez algo coagido, porque as circunstâncias o levaram a agir de forma errada, não justifica e não a livram da responsabilidade e das consequências de seu erro, pois fez mau uso do seu livre arbítrio e não ouviu a voz de Deus que fala na consciência. 

Os pais são os primeiros responsáveis na educação da consciência moral dos filhos e não devem se eximir disso. Primeiro pelo testemunho. Segundo por criar um lar de ternura, perdão, respeito e fidelidade. Educando os filhos de forma virtuosa e para isso é preciso ter domínio de si, é necessário dar bom exemplo aos filhos, com o custo de se criar filhos sem consciência moral. Se as crianças, os adolescentes estão crescendo com a consciência desvirtuada é porque não conseguiram aprender dos seus primeiros professores. É necessário que os pais corrijam, cuidem e orientem os filhos segundo uma lei divina (Ef 6,4.). É preciso edificar e levar os jovens ao amadurecimento, ao uso correto da liberdade e da razão.

Deus criou o homem de tal forma que deixou a decisão da sua vida entregue em suas mãos, como diz no Livro do Eclesiástico: Deus criou o homem e o entregou às suas próprias decisões (Eclo 15,14). Então, os atos levam à imputabilidade, o que fazemos tem consequências para nós, para os outros e para nossa salvação. Deus é misericordioso, mas respeita o nosso livre arbítrio. Deus é bondoso, mas sofreremos as consequências do nosso livre arbítrio, porque Ele deixou o homem nas mãos de suas próprias decisões. 

O caminho para se tomar decisões certas é endireitar a consciência, endireitar a vontade pela razão. No nosso dia a dia temos que tomar decisões. Não estamos protegidos por uma redoma. Temos que usar nosso livre arbítrio e nos valer de nossa liberdade, mas como não errar? Como fazer as escolhas certas? 

O ser humano, pode ou não seguir a Deus, é nossa decisão também. Enquanto não estivermos em plena sintonia com Deus, enquanto não estivermos absorvidos em Deus, podemos escolher o bem e o mal. Crescer na perfeição para Deus ou definhar no pecado. A decisão é nossa. Quanto mais caminhamos numa consciência reta para o bem, mais livre seremos. 

Estamos no processo de conversão, não em pequenos gestos, mas de uma conversão interna. A conversão se realiza na vida e no dia a dia. Conversão no exercício com os pobres, consciência reta na defesa da justiça. Consciência lúcida na correção fraterna, consciência atinada na revisão diária de nossas vidas, no exame de consciência, no direcionamento da liberdade, na aceitação do sofrimento. Tomar a cruz a cada dia e seguir Jesus.

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