Masih batalhou incansavelmente até que a adolescente fosse libertada. O corpo sem vida do homem que vivia em Faisalabad foi encontrado no final do mês passado, relata a agência AsiaNews. Desde que Hoorab, de 12 anos, havia sido sequestrada em dezembro e convertida à força ao islã, o pai nunca desistiu de denunciar o fato. O empenhou rendeu frutos, já a menina foi transferida para um abrigo de mulheres vítimas de violência, em meados de fevereiro, e depois devolvida à família por decisão judicial.
Durante o processo, porém, Basharat Masih recebeu ameaças de morte que não cessaram sequer depois da libertação de Hoorab. Segundo Naveed Walter, presidente da ONG Human Rights Focus Pakistan (HRFP), o assassinato deste pai cristão "é um ato de vingança por ter levado à justiça os responsáveis pelo sequestro da menina". À AsiaNews, ele afirmou que "o caso de Hoorab mostrou, mais uma vez, que, mesmo depois de um julgamento, as ameaças contra os cristãos não cessam. Alvos fáceis, as minorias religiosas sofrem com sequestros, conversões forçadas e casamentos também forçados".
2% de cristãos
No Paquistão, 97% dos 207 milhões de habitantes são muçulmanos e apenas 2% são cristãos. Além das conversões forçadas sofridas pelas mulheres, a minoria cristã tem sofrido o peso da discriminação de todo tipo, agressões físicos e abusos perpetrados em nome das assim chamadas "leis anti-blasfêmia". Essas leis, cuja interpretação pode ser facilmente manipulada, vêm levando cada vez mais cristãos ao corredor da morte ou à prisão por motivos obscuros. O mais famoso dos casos da sua aplicação aberrante foi o de Asia Bibi.
Este cenário faz do Paquistão um dos países em que os cristãos são mais perseguidos no mundo.