Está em curso um verdadeiro processo de amordaçamento da Igreja. E ninguém se dá conta disso, exatamente porque há muitos de nós que já o introjetamos de modo consciente.
O fato de um padre repetir o que diz o Catecismo sobre aquilo que a doutrina da Igreja chama de “atos contra a natureza” num templo católico e para fiéis supostamente católicos não pode ser judicializado sem que se fira a liberdade religiosa. O modo como ele o tenha dito é outra questão, e é um problema disciplinar interno da Igreja que o sacerdote seja instruído a que se expresse deste ou daquele modo.
Porém, estamos vivendo um neo-obscurantismo macabro. A pseudociência oferece os instrumentos conceituais para que os novos fanáticos nos imponham as suas mitologias, criando tribunais neo-inquisitoriais para impor, mediante a sua concepção autoritária de direitos humanos ou algo que o valha, as suas próprias crendices, criminalizando o senso comum, a crítica racional, o direito à opinião e a legítima fé religiosa, respaldada não apenas por noções filosóficas consistentes, mas em premissas histórico-antropológicas que nos dão uma segurança da estabilidade dos costumes como base civilizacional muito mais segura do que as novas apostas dos bárbaros wannabe de plantão.
Corrigir alguém pelo modo desnecessário de falar não invalida o conteúdo da fala, antes, deve servir como ocasião para reafirmar a convicção moral da Igreja, a qual, caso ofenda a suscetibilidade de alguém, demanda deste a razoabilidade de procurar outro espaço de afagamento ético, pois a nossa Missão, enquanto ministros do Evangelho, é pregar a conversão e o arrependimento para todos, sem rebaixar as exigências intrínsecas ao seguimento de Cristo.
Se a Igreja se acovardar e se curvar subserviente aos caprichos da inquisição neo-obscurantista está com os dias contados. Deixará de ser a Esposa de Cristo para ser a prostituta do Estado, uma rameira de ocasião, uma acompanhante oriunda do baixo meretrício. Sinceramente, não existe fim mais vergonhoso nem rendição mais abjeta!
Pe. José Eduardo Oliveira, via Facebook