Quando recebi hoje a notícia da morte de Rita Lee, meu primeiro pensamento foi: "caramba!, como o mundo tá ficando chato!".
Independentemente da visão de mundo que ela tinha, é inegável que aquela perspectiva cômico-anarquista era deliciosamente contestatória. Ela soube usar o seu talento para quebrar paradigmas e atingiu um grau de sinceridade atualmente raro entre aqueles que procuram a fama pela oferta do seu fingimento.
Hoje, com a cultura de massa dominada pela uniformidade esquerdista, ser rebelde significaria enfrentar com altivez o moralismo revolucionário. Mas a classe artística, vendida ao bom-mocismo do politicamente correto, abraçou a vassalagem como estilo. Já não temos mais contestadores!
A lacração é "chata pá caramba"! Usam o vitimismo como desculpa para a agressividade estética, amordaçando qualquer crítica pela judicialização. A liberdade se foi, a chatice se tornou obrigatória e não há mais a possibilidade de furar a bolha, de quebrar o esquema, de desorganizar o consenso, de sabotar a hegemonia.
Com Rita, morre a genialidade que constrange as poses de superioridade intelectual e moral. O que fica é tão somente a imposição do ruim.
Pe. José Eduardo Oliveira, via Facebook