O Canadá revelou a sua nova coroa real neste último 6 de maio de 2023, data da coroação do rei Charles III, ou Carlos III, da Inglaterra. As mudanças foram aprovadas pelo próprio rei em abril, a conselho do primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau. O Canadá faz parte da Comunidade Britânica de Nações e, embora o seu governo seja autônomo, o país reconhece o monarca do Reino Unido como seu chefe de Estado.
A nova coroa canadense é desprovida de símbolos religiosos, explicou Mary Simon, governadora-geral do Canadá - cargo que representa o monarca britânico no país. Segundo ela, a mudança refletiria um "desejo de evoluir para atender às necessidades e circunstâncias do país", incorporando "elementos que enfatizam a identidade canadense da monarquia".
Novos emblemas
Embora a estrutura da coroa Tudor tenha sido mantida, a cruz heráldica e o orbe que adornavam o topo da coroa foram substituídos por um floco de neve, "uma referência ao fato de que o Canadá é um reino do norte". A flor-de-lis também foi removida e substituída por folhas de bordo - a mesma folha celebrizada na bandeira vermelha e branca do país. Logo abaixo das folhas de bordo há uma linha irregular, que lembraria "a paisagem acidentada do Canadá". Uma linha azul substitui as joias para representar os lagos, rios e oceanos que banham o país, enfatizando "a importância do meio ambiente para os canadenses, bem como os ensinamentos indígenas de que a água é a força vital da terra".
O novo emblema aparecerá nos distintivos da polícia e do exército do Canadá, entre outros, mas as representações existentes não precisam ser alteradas ou removidas, disse a governadora-geral. No entanto, espera-se que, nos próximos anos, sejam feitas mudanças em outros símbolos relacionados à soberania canadense, incluindo o brasão nacional, que faz referência direta às monarquias britânica e francesa.
O novo apagando o antigo?
Embora o floco de neve já tenha sido usado em representações da tiara que coroa a cabeça de Elizabeth II, a remoção da cruz e do orbe desperta polêmicas no tocante à eliminação total do vínculo do Canadá com a realeza britânica e ao apagamento dos símbolos cristãos. Apoiadores da medida, no entanto, a descrevem como um progresso por destacar o "caráter multicultural e multirreligioso" do Canadá.