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Como Maria foi movida em plenitude pelos dons do Espírito Santo

MARY
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Padre Reginaldo Manzotti - publicado em 23/05/23
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A Mãe de Deus e nossa deve ser nosso modelo na busca de um novo Pentecostes

Estamos no mês dedicado a Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe. E, também, nos preparando para a Festa de Pentecostes, que este ano será comemorado no dia 28. Maria, a “Bendita entre todas as mulheres”, foi a primeira pessoa a receber a manifestação do Espírito Santo em plenitude, quando abrigou em seu ventre, o Filho do Altíssimo. Depois Ela e os Apóstolos, reunidos no Cenáculo, receberam a efusão do Espírito Santo. Assim Maria, que já O possuía, teve os dons estimulados para, junto com os Apóstolos, formar a Igreja.

Esse acontecimento foi um derramamento do Espírito Santo que vem sobre nós, sobre a Igreja e a sustenta. O fogo do Espírito Santo incendiou o coração dos Apóstolos fazendo com que eles passassem por uma transformação. Ao sair do Cenáculo, Pedro não era a mesma pessoa que entrou. Assim como João não era mais o mesmo. Eles sentiram aquela força que veio do alto para capacitá-los, para realmente fazer com que eles fossem para o mundo e formassem a Igreja.

Um novo Pentecostes

Por isso, ao celebrarmos essa Festa, devemos realmente viver um novo Pentecostes. Cada vez mais, nós católicos batizados, que participamos da Igreja em diversas funções, como leitores, cantores, entre outros, não podemos ser meros “papa-hóstias”. Não sejamos meros cristãos que participam da Igreja, que vêm e voltam da mesma maneira. Se não deixarmos o fogo do Espírito queimar a alma, não cedemos a Deus e Ele não consegue trabalhar em nós.

Precisamos ser discípulos de Jesus, ser Luz. E onde buscar essa Luz? No Espírito Santo, da mesma forma que a Igreja nascente surgiu em Pentecostes. Nós precisamos passar por essa transformação em nossas vidas, caso contrário a Palavra de Deus não ecoa. A semente não brota, não produz. Nossas comunidades não afloram. Nossas pastorais não progridem. Nossa vida espiritual não decola para Deus.

Sem dúvida todos já ouviram a expressão: “Deus não escolhe os capacitados, Ele capacita os escolhidos”. Ele nos capacita concretamente com os dons do Espírito Santo. Mas quais são eles? E como deixá-los agirem na nossa vida?

Os dons do Espírito Santo

O primeiro é o dom do Temor de Deus e através dele, o Espírito nos arranca o orgulho e nos ajuda a plantar a humildade, nos fazendo reconhecer o poder, a majestade e a soberania de Deus. Ele é o Criador, nós suas criaturas.

Maria é o modelo de quem acolheu plenamente esse dom. Sua vida foi uma resposta ao chamado do Senhor. Docilmente, ela se fez Sua serva deixando que o Todo Poderoso realizasse nela o mistério da encarnação do Verbo Divino.

Outro dom é o da Piedade, que combate em nós o egoísmo que é o segundo obstáculo para a união com Deus. Não podemos ter um coração frio e indiferente, mas terno e devotado no caminho com Deus e com os irmãos. Esse dom produz frutos importantes: faz brotar em nós a consciência da filiação divina.

Maria também foi movida por esse dom. Sua vida e suas atitudes sempre foram de amor filial para com Deus. Esse dom também a fez respeitar as Sagradas Escrituras e guardar tudo em seu coração. 

Ciência, Fortaleza e Conselho

Já o dom da Ciência traz a verdade como grande virtude. Ele tira o “falso brilho”, ou seja, do apego a coisas, de fascinação. Às vezes ficamos fascinados por coisas, pela tecnologia, por carros, pela casa, pelos bens, pela paixão. Esse dom nos mostra que nem tudo que brilha é ouro e acima de tudo, nos mostra o que é brilho falso e o que é verdadeiro na fé.

Maria teve a fé aperfeiçoada por esse dom. O Canto do Magnificat que ela eleva a Deus mostra a sua compreensão às coisas criadas em relação a Ele, o Criador.

No dom da Fortaleza, o Espírito Santo vem modificar-nos e corrigir nossos ímpetos, ao mesmo tempo em que nos faz resistentes para que consigamos sofrer corajosamente, superando qualquer obstáculo à realização da vontade divina.

Maria teve em plenitude o dom da Fortaleza e o provou aos pés da cruz, quando resistiu à dor e ao sofrimento de ver seu Filho, inocente, ser morto. Ela não fraquejou, manteve-se firme e soube esperar a madrugada da Ressurreição.

Há também o dom do Conselho e é justamente o que oferece o caminho. Quantas vezes gastamos nossas forças para o mal? Por vezes somos capazes de articular, de usar as pessoas para destruir. Usar a força, a inteligência e a sabedoria para o mal. Por isso, a virtude aflorada por esse dom é a prudência.

Maria é chamada de Mãe do Bom Conselho por ser plena desse dom. Ela foi à mulher da prudência, sempre voltada para Deus e não hesitou em oferecer-se totalmente como a serva do Senhor.

Entendimento e Sabedoria

O dom do Entendimento também nos diz respeito e nos faz penetrar nas verdades reveladas. Faz-nos compreender quão sábios e misericordiosos são os desígnios de Deus. Maria, pelo dom da Inteligência, compreendeu a sua maternidade como um desígnio divino e mergulhou nas coisas da fé como nenhuma outra criatura humana.

Enfim, o dom da Sabedoria, que não se aprende nos livros, mas é derramado pelo Espírito de Deus, que completa a inteligência. Está ligado à ação e isto quer dizer que devemos buscar e desejar a sabedoria. É o dom que aperfeiçoa a caridade e nos une ao soberano bem.

Maria é a sede da sabedoria. Esse dom a fez compreender e aceitar o plano de Deus em sua vida. Por meio dele, ela soube distinguir, quase que por instinto, as coisas divinas das coisas humanas. O dom da Sabedoria a inflamou do mais puro amor a Deus e ao próximo. 

Por isso, temos Maria como exemplo. Preparemo-nos e deixemo-nos que o fogo do Espírito nos vivifique e aqueça a nossa alma.

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