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Papa Francisco publicará uma carta apostólica sobre Blaise Pascal

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Blaise Pascal.

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Reportagem local - publicado em 15/06/23
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Depois de Candor Lucis Aeternae (2021), uma carta apostólica publicada para marcar o 700º aniversário da morte de Dante Alighieri, o Papa decidiu prestar homenagem a outro grande intelectual cristão

Para marcar o 400º aniversário do nascimento de Blaise Pascal, em 19 de junho de 2023, o Papa Francisco deverá publicar uma carta apostólica sobre o filósofo e cientista francês, soube a I.MEDIA por fontes do Vaticano. Em 2017, o pontífice jesuíta declarou que era a favor de sua beatificação.

Depois de Candor Lucis Aeternae (2021), uma carta apostólica publicada para marcar o 700º aniversário da morte de Dante Alighieri, o Papa decidiu prestar homenagem a outro grande intelectual cristão na pessoa de Blaise Pascal (1623-1662). Ex-professor de literatura durante seus anos como jesuíta na Argentina, o pontífice parece estar bem familiarizado com a obra do francês, que ele citou várias vezes em seus ensinamentos nos últimos anos.

Gênio

Matemático, físico e inventor prodígio desde muito jovem, Blaise Pascal, nascido em Clermont-Ferrand, passou algum tempo nos salões libertinos de Paris antes de se aproximar do movimento jansenista que estava se desenvolvendo em torno da abadia de Port-Royal. Ele chegou a defender vigorosamente o partido jansenista contra os jesuítas em suas cartas.

O Papa Francisco, o primeiro pontífice a vir da Companhia de Jesus, criticou em várias ocasiões uma forma de neo-jansenismo na Igreja atual, descrevendo-a em seu discurso de Natal à Cúria em 2022 como uma tendência ao "fechamento intransigente, inclusive em face da autoridade eclesiástica". Mas ele também reconheceu a validade da intenção original do movimento de Port-Royal, em particular a luta contra o pelagianismo e a casuística, o alvo dos ataques de Pascal. Em 2014, ele descreveu a casuística como um sinal de reconhecimento dos "cristãos que conhecem a doutrina, mas não a fé".

Conversão mística

Em seus últimos anos, Pascal começou a escrever uma Apologie de la religion chrétienne, mas não conseguiu concluí-la antes de sua morte. Os fragmentos desse grande projeto inacabado foram reunidos nos Pensées. De acordo com o Papa, esse texto é um "livro esplêndido e religiosamente interessante".

Em uma audiência geral em 2020, o Papa Francisco também citou o Memorial, uma breve oração que o filósofo havia costurado em sua roupa nos últimos anos de sua vida, após uma experiência de conversão mística.

O pontífice leu um trecho: "Deus de Abraão, Deus de Isaac, Deus de Jacó, não de filósofos e estudiosos. Certeza, sentimento, alegria, paz: o Deus de Jesus Cristo. O Deus de Jesus Cristo". De acordo com o escritor Éric-Emmanuel Schmitt, o Papa recitou essa oração para ele "de cor" durante uma audiência em 14 de novembro de 2022.

Em uma entrevista com Eugenio Scalfari, o falecido fundador do jornal italiano La Repubblica, em 2017, o Papa Francisco disse que ele "pessoalmente" considerava que Pascal "deveria ser beatificado". Em 2019, uma Sociedade de Amigos de Blaise Pascal foi fundada por estudantes da École Normale Supérieure em Paris para apoiar sua causa, mas o processo de beatificação ainda não foi lançado pela arquidiocese.

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