O último fim de semana de junho costuma ser marcado, na tradição católica francesa, pels ordenações sacerdotais, o que faz deste mês do Sagrado Coração de Jesus também um período de expectativa pelo crescimento numérico da Igreja no país.
Da virada do milênio para cá, no entanto, os números que se revelam nesta época reforçam a necessidade de intensificar as orações e as ações em prol das vocações: ao longo dos últimos 20 anos, a quantidade de ordenações sacerdotais diocesanas caiu pela metade na França.
De 2000 a 2010, a média de ordenações de padres diocesanos esteve em cerca de 100 novos sacerdotes por ano. Já de 2010 a 2020, a média caiu 20%, para 80 novos padres a cada ano. Constatou-se um ligeiro crescimento em 2020, quando foram ordenados 81 sacerdotes, mas a média se restabeleceu com os 79 de 2021, voltando a cair com os 77 de 2022. Já em 2023, a queda se mostra ainda mais intensa: foram apenas 52 novos sacerdotes diocesanos ordenados em toda a França.
A queda nas ordenações sacerdotais tem relação direta, é claro, com a diminuição do número de seminaristas. De fato, os seminários franceses enfrentam um panorama tão desafiador quanto o da vida católica em geral no país, aceleradamente secularizado. Além de entrarem cada vez menos candidatos ao sacerdócio, a França ainda assiste ao fechamento de seminários de importantes dioceses, como Lille e Bordeaux.
Na arquidiocese de Paris, foram ordenados neste sábado, 24 de junho, apenas cinco sacerdotes - a metade em relação ao ano passado, quando dez diáconos receberam a ordenação sacerdotal. Em 2021, haviam sido doze.
No caso das congregações e ordens religiosas, o ano de 2023 verá 37 novos sacerdotes na França, de acordo com informações da conferência episcopal do país.