Após a missa, a grande grupo que compareceu ao casamento de dois amigos conhecidos se reuniu um pouco mais adiante para celebrar os recém-casados com dignidade, com uma pequena festa. A bênção era aguardada: e foi recitada assim que todos tomaram seus lugares.
Especialmente em época de férias, é comum reunir amigos e familiares para um encontro, e muitas vezes o dia termina com um aperitivo. É costume que amigos e familiares deem graças a Deus antes de se sentarem para jantar. Mas ao redor da mesa em um momento informal, rezar muitas vezes fica para depois.
Tais situações levantam questões sobre o significado de dar graças a Deus e o risco de farisaísmo que surge quando uma regra - ainda que flexível - é cumprida apenas por formalidade, sem honrar seu significado. Mas o fato é que sempre antes de saborear uma refeição, os cristãos se voltam para Deus.
A dupla virtude da graça
A virtude desse momento é dupla. Em primeiro lugar, a graça nos lembra que tudo vem da Providência de Deus, que dá a todos o que precisam no momento certo. Jesus lembra seus discípulos disso: "Não se preocupem tanto; não digam: "O que vamos comer?" ou "O que vamos beber? […] Mas o Pai celestial sabe que vocês precisam disso. [Não se preocupem com o dia de amanhã: o dia de amanhã se preocupará consigo mesmo; cada dia tem seus próprios problemas". (Mt 6, 31-34).
A graça também nos ajuda a lembrar que o mais importante está em outro lugar. Ao demônio que lhe ofereceu a chance de comer no meio do deserto, Jesus respondeu com a ajuda do Deuteronômio: "Nem só de pão vive o homem, mas de tudo o que sai da boca do Senhor". (Dt, 8, 3). Abençoar a mesa depois do encontro já iniciado não é o mais adequado. Há uma solução: dê graças a Deus antes de iniciar a festa ou brindar à refeição. Assim, Deus é sempre o primeiro a ser servido.