"Esta é a pior briga que já tivemos. Ele não me entende e nunca entenderá. Nós nunca vamos seguir em frente com isso. Por que achamos que isso poderia funcionar? Como ele pode ser tão alheio?"
Meus pensamentos sobre nosso casamento eram terríveis naquela noite. Eu estava com raiva, cansada e derrotada.
De repente, do nada, meu marido mudou a maneira como ele vinha respondendo a mim em nossa discussão. Sua voz tornou-se suave. Ele parecia estar ouvindo, de fato, o que eu estava dizendo, pois reconheceu que eu tinha preocupações legítimas. Terminamos a noite com calma. Foi fantástico. Na manhã seguinte, perguntei a ele o que havia mudado. Ele disse que havia rezado, pedindo a graça do nosso sacramento do matrimônio. Eu nunca tinha pensado em fazer isso, e o fato de ele tê-lo feito me surpreendeu.
Esse é um momento de que sempre vou me lembrar. Há um outro momento, bastante semelhante, em que, de repente, o comportamento e as respostas de meu marido também mudaram. Ele se inclinou durante uma discussão e disse: “Conheço todos os seus pontos de vista muito bem e agora está muito claro que eles são diferentes dos meus. Estamos apenas nos repetindo. Mas diga-me: de onde você vem? Como você formou essas opiniões?”
De repente, pude abrir meu coração com ele — o que eu adorava fazer quando namorávamos - o que era importante para mim. Ele ouviu e me segurou enquanto eu chorava, finalmente percebendo como eu me sentia quando discutíamos.
O casamento é desafiador. Sou imensamente grata pelo dom do sacramento do matrimônio, pois atribuo tantos momentos cheios de graça (como os acima) ao sacramento.
Recentemente, eu li um um livro chamado Hold Me Tight, da Dra. Sue Johnson. Ela me ajudou a reconhecer as belas maneiras pelas quais meu marido se aproximava de mim e a mudar algumas de nossas interações diárias para melhor.
A premissa básica do Dra. Johnson no livro é que, na raiz de todos os relacionamentos, está o desejo de conexão emocional. Ela diz que todos nós queremos nos sentir seguros e conectados desde o momento em que nascemos até o momento em que morremos, e que na idade adulta a maioria de nós busca esse objetivo nos relacionamentos e no casamento. Para manter essa conexão viva e, ela dá dicas práticas para criar uma ressonância emocional mais segura e forte.
Quer você concorde totalmente com a premissa da Dra. Johnson ou não, tenho três breves conclusões que acho que podem ser úteis:
1Identificar padrões
Pude observar e identificar o padrão que entra em jogo quando surge um conflito entre mim e meu marido. O padrão específico é diferente para mim e para ele, mas é sempre um cônjuge atacando e acusando enquanto o outro se retira e se torna cada vez mais desdenhoso. Ambos os cônjuges querem se sentir conectados, mas a maneira como cada um responde faz com que o outro se sinta menos ouvido e menos conectado.
2Considerar as respostas
Tendo começado a identificar os padrões que tendemos a seguir quando estamos em conflito, pude ver como reagimos um ao outro. Pude considerar como minha resposta exacerba a resposta de meu marido, fazendo-o se sentir mais desconectado de mim e mais inseguro emocionalmente.
3Ajudar a resgatar a consciência
Por fim, o livro oferece exercícios específicos e perguntas para estimular a discussão. Pude usá-los para expressar o que estava aprendendo sobre meu marido. O autor ainda nos oferece um roteiro para discutir o que acontece em nossos desentendimentos e como poderíamos reconhecer mais rapidamente as idas e vindas infrutíferas em que caímos. Uma vez que reconhecemos nossas respostas inúteis, é mais fácil estar ciente delas e mudá-las da próxima vez. Meu marido já possuía autoconsciência e/ou graça para trabalhar na mudança de suas respostas durante o conflito, a fim de nos ajudar a nos conectar melhor. Agora, tenho uma maneira de igualar seus esforços da minha parte.
Enfim, peça repetidamente pelas graças que você recebeu no sacramento do matrimônio enquanto navega pela beleza e pelos desafios da autodoação ao longo da vida.
