Circula por diversos veículos de comunicação da Nicarágua a informação de que o bispo dom Rolando Álvarez, condenado pela ditadura de Daniel Ortega a 26 anos de prisão, teria sido retirado do presídio "La Modelo" e estaria sendo enviado pelo regime sandinista a Roma como exilado.
Via redes sociais, a defensora dos direitos humanos Bianca Jagger afirmou ter exigido que o regime apresentasse provas de vida do bispo após os rumores de que dom Rolando teria deixado a cela de segurança máxima.
Jagger não é a única a divulgar a suposta soltura do bispo nas últimas horas. O jornal local Confidencial, aduzindo fontes eclesiásticas e diplomáticas, também afirmou que dom Rolando Álvarez teria sido tirado de sua cela na noite de 3 de julho, por ordem de Daniel Ortega, e estaria sob os cuidados da conferência episcopal da Nicarágua.
"Sabemos que existem contatos entre o governo, a conferência episcopal e o Vaticano para libertá-lo e enviá-lo ao exílio", disseram duas fontes diplomáticas ao Confidencial. O jornal acrescentou que as fontes disseram desconhecer os termos da negociação e o paradeiro do bispo.
Afirmações semelhantes foram feitas pelo jornalista Emiliano Chamorro, especializado em assuntos religiosos: "Segundo minha fonte diplomática, o Vaticano e o regime de Ortega estão preparando a partida de dom Rolando Álvarez para Roma".
Durante recente visita ao Vaticano, em 22 de junho, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva declarou que pediria a libertação do bispo a Daniel Ortega, de quem é próximo ideologicamente e a quem já defendeu publicamente, inclusive quando questionado por jornalistas espanholas sobre o caráter ditatorial do regime sandinista. Em 28 de junho, a Corte Interamericana de Direitos Humanos emitiu uma resolução ordenando a soltura do prelado.
A Nicarágua se tornou o país líder em perseguição religiosa na América Latina, segundo o mapa divulgado pela fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre. Neste dia 6 de julho, completa-se o primeiro aniversário da expulsão das Missionárias da Caridade do país - e, nesta semana do triste aniversário, a ditadura expulsou também quatro freiras, todas elas brasileiras.
A partir de artigo de Pablo Cesio para Aleteia em Espanhol.