Bispo auxiliar de Lisboa e futuro cardeal, o português dom Américo Manuel Alves Aguiar esteve no centro de uma polêmica internacional entre os católicos, em dias recentes, porque declarou à emissora RTP que a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) não pretende converter os jovens a Cristo e à Igreja.
Questionado e criticado por tais declarações, dom Américo Aguiar procurou explicar as suas palavras à agência ACI Digital. Ele pontualizou que "a JMJ é um convite a todos os jovens do mundo para experimentarem Deus. Essas são minhas convicções que sustentam a frase citada por você e, naturalmente, tirada de contexto de uma longa entrevista".
O bispo acrescentou que "a JMJ nunca foi, não é, nem deverá ser um evento para proselitismos; antes, pelo contrário, é, e deve ser sempre, uma oportunidade para nos conhecermos e respeitarmos como irmãos". Ele prosseguiu afirmando que "a Igreja não impõe: propõe". Em seguida, considerou que é "bom estarmos todos disponíveis para dar testemunho de Cristo Vivo e confiar na transformação que só Cristo Vivo consegue operar nas nossas vidas".
A propósito da conversão, ele ponderou que ela "acontece pelo testemunho, não pela imposição. A conversão acontece no coração, não na razão. Porque assente no mistério maior da Encarnação e na Ressurreição. Falamos de Deus, anunciamos o Filho, experienciamos o Espírito. E todos podemos ser, somos e procuramos ser os discípulos de Jesus, que nos continua a dizer para anunciarmos a Sua Palavra, para darmos testemunho do Seu Amor por todos".
Dom Américo adjuntou:
"Falar de Cristo é anunciar o Evangelho e anunciar o Evangelho é falar de Cristo. Cada JMJ é um imenso campo, em que é lançada a semente. A semente da Palavra, do testemunho, da alegria, da paz, do encontro, da reconciliação… Acreditamos que a terra é boa e a semente dará fruto".