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Por que os padres também precisam de terapia

Homem deitado em sessão de psicoterapia
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Reportagem local - publicado em 27/07/23
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Um sacerdote compartilha sua experiência com a psicoterapia, que ele diz ser uma ferramenta de apoio à formação

A oração é suficiente para um padre! É conveniente para um padre procurar um terapeuta? Jesus não é o melhor psicólogo? 

Esses estereótipos perigosos e falsos ainda são ouvidos em vários cantos eclesiásticos. Porém, trabalhar as dificuldades e os traumas nos aproxima não só do outro, mas, sobretudo, do nosso próprio coração e de Deus.

Padre em terapia

Em um podcast, o padre Roman Groszewski compartilhou o que representa a psicoterapia para ele e por que ele a procurou. “Não é que o treinamento de formação não funcione, mas, às vezes, não é suficiente. Nem todo mundo, é claro, precisa de psicoterapia. Além disso, os próprios psicoterapeutas falam sobre isso, que nem todo mundo precisa fazer terapia. No entanto, a psicoterapia pode fazer bem, mesmo que alguns precisem mais e outros menos”, diz Pe. Groszewski.

Sua experiência mostra que a necessidade do acompanhamento psicológico e de trabalhar questões específicas pode surgir em diferentes momentos da vida. Ele próprio recorreu a essa forma de apoio pela primeira vez há muitos anos e depois voltou às sessões.

“Essa psicoterapia durou um ano. Então, depois de um breve hiato, fui por dois anos. Após dois anos, voltei ao mesmo psicoterapeuta por mais um ano. Há dois anos, voltei a fazer psicoterapia com outro psicoterapeuta. E agora trabalho com ele duas vezes por semana", diz.

Nem todos os problemas podem ser "resolvidos rezando"

O sacerdote acrescentou que a terapia lhe foi sugerida por seus diretores espirituais. "Vários dos meus diretores espirituais me sugeriram que certos temas eram tão sérios, que talvez eu devesse discuti-los com alguém que estivesse mais familiarizado com esses tópicos específicos...Olhando para trás, posso ver que costumava ter muita confusão sobre os papéis que estava interpretando e, de alguma forma, isso atrapalhava meu funcionamento. Eu também queria enfrentar certas questões, até além do que minha espiritualidade me proporcionava”, diz o jesuíta.

“Os meus superiores também me disseram que viam a terapia como uma ferramenta de apoio à formação. E, de fato, não é a principal ferramenta do meu treinamento. A própria vida religiosa, ou a própria vida, é o fator mais formativo para mim. A psicoterapia, por outro lado, catalisa certos processos, acelera-os e acrescenta certas ferramentas necessárias ”, acrescentou.

Como o Pe. Roman enfatizou, a terapia e a espiritualidade podem muito bem se complementar!

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