Em muitas regiões da Índia, há ainda muitos sinais de pobreza e exclusão social. A Diocese de Rourkela, situada no estado de Orissa, no leste do país, é disso exemplo. Por ali vivem muitas pessoas pertencentes às minorias étnicas mais desfavorecidas, os ‘Dalits’ ou “intocáveis”. Vivem como que à margem da sociedade, mas estão no centro, no entanto, das preocupações de uma congregação religiosa feminina que nasceu na Índia em 1944. As Servas de Maria têm como missão cuidar precisamente de todos estes excluídos, nomeadamente as mulheres e crianças.
Presentes em Telendih, na Diocese de Rourkela – e em mais 18 dioceses em todo o país –, as Servas de Maria procuram cuidar destas populações que nascem logo com o estigma da pobreza. A população local pertence às minorias étnicas e a maior parte das famílias é muito pobre. Têm de sobreviver com o pouco que cultivam, estando completamente dependentes da água da chuva das monções. Frequentemente, as colheitas não são suficientes para a sobrevivência no dia-a-dia e, por causa disso, muitos são forçados também a trabalhar como jornaleiros, quando surge alguma tarefa para fazer.
Ensino
É junto desta população que as irmãs vivem também, procurando ajudar ao nível da formação, mas também no apoio social aos mais idosos e aos doentes. As irmãs estão empenhadas em encorajar as raparigas a frequentar a escola, pois a maior parte das mulheres não sabe ler nem escrever e isso deixa-as ainda mais em desvantagem. Portanto, as irmãs dão aulas às raparigas e sensibilizam as famílias para este problema. Através das visitas aos doentes, aos idosos e aos moribundos levam também as pessoas a viver o amor de Deus, reforçando essa ligação através da catequese, dando a conhecer melhor o Evangelho. Esta população é materialmente muito pobre, mas espiritualmente rica. A fé destes povos tribais é profunda e forte e, para muitos, a Santa Missa, aos domingos, é o ponto alto da vida comunitária. De entre todas as religiosas presentes em Telendih, a superiora provincial das Servas de Maria destaca a Irmã Meric Toppo, a responsável pela comunidade local e uma das pioneiras da casa. Numa carta que enviou para a Fundação AIS, superiora diz que ela tem servido a missão “com alegria, ao longo dos últimos 40 anos, andando muitos quilómetros a pé para ajudar as pessoas no meio da sua dor e sofrimento, e a levar-lhes esperança e coragem”.
A madre superiora, Bernardette Kerketta, diz ainda que a Irmã Meric Toppo tem ajudado a unir a comunidade e a enraizá-la “nos valores do Evangelho”, mas agora é tempo também de as próprias irmãs serem ajudadas. O problema é que o convento, onde vivem precisa duma reparação total. O telhado deixa entrar água e o edifício tornou-se instável, com rachas nas paredes e portas de madeira roídas pelas térmitas. A cozinha e a casa de banho precisam de ser renovadas e a instalação eléctrica de ser substituída. Uma ajuda que a Fundação AIS quer concretizar para que as irmãs possam continuar a realizar também o seu trabalho junto dos mais pobres dos pobres em Telendih.
(Com AIS)