Faz sucesso o filme Barbie, nome da sua principal personagem. Ela, na trama, começa a interrogar o seu mundo onde tudo parece perfeito (não há banhos gelados, pesadelos ou pés chatos), mas não é. Ora, para recuperar essa perfeição, será preciso ir até o “mundo real” e aí descobrir toda a verdade sobre o universo. É o que Barbie faz.
Eis que Pablo J. Ginés trouxe, em Religión en Libertad, de 11/08/2023, uma análise do filme. Oferece seis pontos positivos e três falhos, conforme exporemos, em suma, no presente artigo. Iniciemos pelas reflexões positivas.
1. A morte: Para Ginés, o filme relembra uma verdade essencial contida em Ecl 7,4-5, mas que os sacerdotes, infelizmente, não pregam: a inevitável realidade da morte. Barbie diz, de repente, em plena festa: “Algum de vocês já pensou na morte?” A festa se quebra. Isso não é comum. Não tem cabimento. Contudo, logo todos riem e voltam a dançar. “Existe uma denúncia maior da nossa sociedade que esconde a morte e a pergunta sobre ela?”. A título de complemento, desejamos dizer que, na contramão da negação da morte e do além (céu, inferno, purgatório etc.), publicamos o livro “Para ser feliz nesta e na outra vida. Brevíssimo tratado de Escatologia”, lançado pela Cultor de Livros.
2. A Verdade: Barbie, num tempo de relativismo em todas as áreas, chama, entre seus múltiplos sofrimentos, o ser humano pensante a escolher... e a escolher a Verdade. Ela “não é, porventura, uma figura de Cristo, que carregou as nossas chagas, habita entre nós, não é acolhido e oferece a verdade?” (cf. Jo 14,6), indaga o autor da crítica.
3. A gravidez existe: Barbie ou uma de suas amigas aparece grávida. Logo, ao contrário da pregação de correntes feministas, os bebês existem. Nota-se, porém, que já não se fabricam mais Barbies grávidas. Elas incitariam as adolescentes à gravidez, dizem. Contudo, para Ginés, “esta Barbie estava ensinando as meninas sobre a gravidez, o bebê dentro de sua mãe, a beleza da vida: ela é profundamente pró-vida. A indústria do aborto, que sempre torna o bebê invisível, não devia gostar”. A gravidez não deve vir à tona.
4. A verdadeira vida: “Após tomar ciência da morte, e, depois, do mal, Barbie enfrenta várias aventuras. Finalmente, consegue ser inteiramente humana. Ele passa da vida imperfeita do seu mundo incompleto para a vida superior e plena. E todos nós não aspiramos a isso: passar da nossa vida imperfeita à vida eterna? É o Pinóquio: de menino de madeira a menino de verdade”. Nobre lição!
5. Homem e mulher se complementam: Ainda que o enredo faça críticas ao modo de vida numa sociedade patriarcal, há pontos falhos aí: Ken, “para ser patriarcal tem de ser pai e protetor, e aqui não tem filho nem nada que proteger. Deixados por conta própria, os meninos, os Kens, partem para uma estúpida guerra civil. O fato de as mulheres ajudarem a civilizar e a redirecionar os homens e suas forças é algo que os cristãos aceitaram. Normalmente, no mundo real, o faz por meio do casamento e da família”.
6. Um feminismo agressivo: “Barbie chega ao mundo dos humano e as garotas feministas, empoderadas e ‘rebeldes’ a tratam mal, a fazem chorar e a desprezam. E é verdade: o mundo está cheio de feministas rancorosas e feridas que se destinam a lesar mulheres boas que só querem fazer o bem”.
Pablo J. Ginés aponta também, no filme, três falhas: a) As ideias duram mais que as pessoas. Na realidade, dá-se o contrário, pois a alma humana é imortal e vive lúcida no além (cf. 2Mac 7,36; 15,13-16; Ap 7,9-10.14-15; Fl 1,21-24; Lc 23,43). b) A figura paterna é quase apagada, mas, na verdade, as meninas – e crianças em geral – precisam do pai. c) Falta Deus. Para que Barbie passe a ser humana, basta um fechar e abrir de olhos e tudo está resolvido. O centro aí é o homem, não Deus. Ora, “fechar os olhos e, então, ‘serás o que quiseres’ é um péssimo conselho para crianças, adultos e para todo mundo, é uma mistura nociva de gnosticismo e pelagianismo, que já soma muitas almas feridas. Como sabe quem já passou pela Nova Era: ‘se podes ser o que queres e não és, a culpa é [só] tua!’ (Além de fracassado, é culpado)”. A Providência Divina é posta de lado.
Reflitamos atentamente!