Em sua coluna de perguntas e respostas no portal O São Paulo, da arquidiocese paulistana, o pe. Cido Pereira esclareceu a uma leitora se podemos comungar de joelhos.
O sacerdote contextualizou:
"Minha irmã, é preciso que todos nós, cristãos católicos, cultivemos um imenso amor à Eucaristia. Afinal de contas, é a riqueza maior de nossa Igreja: o dom que o Senhor fez de si mesmo no Santíssimo Sacramento do altar. Quem descobre esta riqueza certamente vai tirar muito mais fruto da santa Comunhão".
Passando diretamente à pergunta da leitora, o padre respondeu se um católico pode ou não pode comungar de joelhos:
"Claro que pode! E ninguém pode reclamar dessa demonstração de amor por Jesus presente na Eucaristia ao querer recebê-lo de joelhos".
Deixada bem clara esta premissa, o pe. Cido compartilhou esta sua consideração:
"Mas é importante refletir no que eu vou dizer. Quando uma comunidade se reúne em torno do altar para celebrar o Sacrifício de Cristo, esta comunidade está sendo Igreja no sentido mais bonito desta palavra: está sendo povo de Deus, família de Deus, comunidade de fé. Então, as preces em comum, os gestos, o silêncio sagrado, os cantos, tudo exprime a unidade desta família.
Imaginemos que na hora em que todos os irmãos estão ouvindo a Palavra de Deus em silêncio, alguém comece a cantar ou a rezar sem ligar para a Palavra que está sendo proclamada. O que acontece? Esta pessoa está faltando com a caridade e não está em comunhão com os outros. Imagine que enquanto a comunidade canta, alguém vá se ajoelhar num cantinho mais distante da Igreja. O que acontece? Ela não está mais em comunhão com os irmãos. Imagine agora, todo mundo de pé recebendo a santa comunhão. A Igreja prevê as duas atitudes para este momento: ou ajoelhado ou de pé. Imagine que todos estão de pé, aí vem alguém e cai de joelhos diante do padre. Tudo bem, o padre não poderá recusar a comunhão para esta pessoa. Mas ela está faltando com a unidade de toda a Igreja".
Finalizando, o sacerdote propôs:
"É bom que a gente pense nisso, viu? Na nossa Igreja hoje, por falta deste espírito de comunhão e porque poucos seguem as determinações dos pastores, tem havido muito pecado contra a Comunhão, mesmo quando a pessoa é movida por um forte sentimento de respeito pelo mistério que está sendo celebrado. Comungar de joelhos em sinal de adoração ou comungar de pé, recebendo nas mãos o corpo do Senhor, são duas atitudes dignas. Seguir o que faz toda a comunidade é um sinal de fraternidade e de amor pelos irmãos e é uma prova de unidade daqueles irmãos em torno do altar".