O blog católico Almas Castelos compartilhou a adaptação de um conto recopilado por Malba Tahan a respeito da necessidade de autoeducação para quem pretende educar os outros.
Segundo o conto, eis que havia no Oriente um grande monarca que, certo dia, comunicou ao povo a sua urgência de conseguir um domador de elefantes. Dentre as várias pessoas que se apresentaram como aptas, foi aceito um homem que se dizia perito e se chamava Sougraha. Ele declarou ao rei:
Conheço, majestade, três maneiras seguras de domesticar um elefante. A primeira é pelas argolas de prata…
O monarca interrompeu secamente:
Está bem, aceito a tua oferta. Poderás amanhã, depois da prece, iniciar o teu trabalho. O elefante bravio, de minha predileção, será trazido ao pátio e, no fim, terás uma boa recompensa.
Quando saía do palácio, envaidecido, Sougraha passou junto a um grupo de servos e ouviu de um deles um gracejo. Não se contendo, lançou-se furioso contra o jovem e o machucou gravemente. Os guardas o contiveram e levaram novamente, agora preso, até a presença do rei, que, surpreso, indagou:
Que foi isso? Que se passou?
Majestade, não vos poderei ocultar a verdade. Ao sair deste palácio, cruzei com um grupo de servos. Um deles me dirigiu uma pilhéria e não me contive. Avancei, de golpe, contra o gaiato e o castiguei com veemência, sob o impulso de um momento.
O rei, com ponderada frieza, questionou:
Como pretendes tu, Sougraha, domesticar um elefante bravio se não és capaz de conter a fera que vive em ti mesmo?
E sentenciou:
Retira-te. Não mais me interessam os teus préstimos. Aprende, primeiro, a domar os teus próprios impulsos e educa antes a ti mesmo, para que possas, depois, educar a outrem.