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Dois Papas recentes enaltecem os camaldolenses

Eremo di Camaldoli
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Vanderlei de Lima - publicado em 22/10/23
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Gostaria de sublinhar a singular dimensão eclesial da vida do monge, dimensão que não desaparece mesmo quando ele, por especial vocação divina, habita na maior solidão. Entenda:

Apresentemos aqui as palavras dos Papas São João Paulo II († 2005) e Bento XVI († 2022) louvando a vida monástica camaldolense e o sério empenho dos monges no diálogo ecumênico, preconizado pelo decreto Unitatis Redintegratio, e no inter-religioso, proposto na declaração Nostra Aetate, ambos do Concílio Vaticano II. 

São João Paulo II, ao visitar, em 5 de setembro de 1982, Fonte Avellana, rememorava: “A primeira reflexão que brota do meu ânimo é o convite a valorizar o mais possível o silêncio e a contemplação. Neste lugar, tal consideração é quase deduzida. [...] Fonte Avellana reafirma o valor essencial da vida interior, da união com Deus, da reflexão sobre as verdades eternas, do silêncio também exterior”. 

Depois de citar a Gaudium et Spes, em seus números 8 e 18, a respeito da grande agitação do homem atual permeada, de modo quase paradoxal, pela contínua busca de Deus (cf. Sl 41/42,2-3), conclui: “Também no mundo contemporâneo a vida monástica mantém o seu pleno valor e serve de ensinamento e de estímulo à sociedade em geral, e, em particular, à vida religiosa e sacerdotal, também ela exposta ao perigo da secularização” (Discurso no Encontro com os monges camaldolenses, online). 

O mesmo Pontífice, em 17 de setembro de 1993, em Camáldoli, assim disse: “Como não pensar, neste momento de conversa espiritual, na estrutura sustentáculo da vossa vida, ou seja, na oração litúrgica comunitária, da qual Bento diz na Regra: ‘Nihil operi Dei praeponatur?’ (Cap. XX). É atestado por muitos que em Camáldoli se consegue o difícil equilíbrio entre a variedade dos textos sagrados e das melodias e a sóbria essencialidade do rito litúrgico. Continuai, queridos irmãos e irmãs, neste serviço de louvor, certos de que é também a primeira caridade que prestais àqueles que a Providência, através dos seus misteriosos caminhos, leva a rezar convosco. A conversão – como sabeis por experiência – procede muito mais da palavra de Deus transformada em oração do que de muitas palavras humanas. Escolher Deus significa também contemplar e meditar diariamente a sua Palavra, o que fazeis, segundo a inestimável tradição monástica, cultivando a ‘lectio divina’ que hoje, por dom da Sabedoria divina, é partilhada em abundância por todo o Povo de Deus. Os Pastores saibam bem o quanto a comunidade eclesial é devedora a vós monges! Escolher Deus significa também cultivar com humildade e paciência – acolher precisamente os tempos de Deus – o diálogo ecumênico e o diálogo inter-religioso. As comunidades da vossa Ordem, especialmente as da Califórnia e da Índia, estão empenhadas, há anos, nesta busca espiritual, entrelaçada com a oração e o diálogo respeitoso com os monges budistas e hindus. Além disso, no vosso Mosteiro, realizam-se frequentes e frutuosamente encontros judaico-cristãos, baseados na amizade e na estima recíproca, no conhecimento progressivo e no acolhimento cordial mútuo”.

“‘Nihil amori Christi praeponere’, lemos ainda na Regra de Bento (cap. IV). Eis, queridos amigos, outro aspecto constitutivo da vossa missão na Igreja: a do mosteiro e da hospitalidade, aberta a Cristo que se manifesta em cada irmão, especialmente no mais pequenino, no mais débil e no mais provado. A este respeito, gostaria de sublinhar a singular dimensão eclesial da vida do monge, dimensão que não desaparece mesmo quando ele, por especial vocação divina, habita na maior solidão do chamado ‘confinamento’” (Incontro di Giovanni Paolo II con i monaci camaldolesi nell’eremo fondato da San Romualdo, online).

O Papa Bento XVI, por sua vez, em 10 de março de 2012, em homilia proferida na Basílica de São Gregório al Celio, na presença do Dr. Rowan Williams, Arcebispo anglicano de Canterbury, afirmava: “A celebração de hoje é, portanto, conotada por um profundo caráter ecumênico que, como sabemos, se tornaram pertencente ao espírito camaldolense contemporâneo. Este Mosteiro camaldolense romano estabeleceu com Canterbury e com a Comunhão Anglicana, sobretudo depois do Concílio Vaticano II, vínculos que se tornaram tradicionais” (Homilia, online).

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