separateurCreated with Sketch.

Ele está sempre lá e sempre pronto

guarda-chuva
Regina Andrews - publicado em 08/11/23
Por via das dúvidas, peguei o meu guarda-chuva e o coloquei na bolsa, pensando que é melhor prevenir do que remediar

Era uma tarde linda do fim do verão. Eu estava quase pronta para a missa das 17h quando olhei para fora. Com um suspiro de admiração, contemplei o céu azul durante um momento. Foi quando os meus olhos captaram umas nuvens cinza-escuras ao longe. Por via das dúvidas, peguei o meu guarda-chuva e o coloquei na bolsa, pensando que é melhor prevenir do que remediar.

Chegamos à missa e, depois de cumprimentar alguns dos nossos amigos paroquianos, nos acomodamos em nosso banco. O sol entrava pelos vitrais, criando efeitos sublimes no chão e na parede. Fazendo as minhas orações, tive uma sensação gloriosa naquele ambiente tão inspirador para o meu espírito.

Foi só no meio da homilia do nosso pároco, muito instigante, aliás, que as coisas começaram a mudar. De repente, ficou muito escuro lá fora e a luminosidade na igreja mudou completamente. Pouco depois, o estrondo ensurdecedor de um trovão foi seguido pelo barulho de uma chuva torrencial. A tempestade parecia estar caindo diretamente sobre nós.

Alguns minutos depois, a intensidade da chuva diminuiu e os trovões e relâmpagos cessaram, mas a chuva continuou caindo, caindo, caindo.

A missa terminou e as pessoas se dirigiram à saída da igreja – mas todos ficaram ali amontoados, porque a chuva ainda caía.

"Esperem aqui", disse meu marido a mim e à minha irmã. "Vou pegar o carro". Ofereci a ele o guarda-chuva, mas ele apenas sorriu e saiu correndo. Pois é, lembrei a mim mesma: ele era um atleta já famoso na escola.

Enquanto esperávamos, encontramos uma conhecida. Era uma mulher adorável, idosa e solteira, e notei que ela usava uma jaqueta jeans e sandálias.

"Onde você estacionou, Annie?", perguntei. Quando ela me respondeu que a cerca de dois quarteirões de distância, imaginei que ela estaria encharcada quando chegasse ao carro.

Vi então meu marido estacionado bem em frente à igreja. Sabendo que Annie gostava de ficar um pouco mais de tempo na igreja depois da missa para conversar com outros fiéis da paróquia, resolvi não lhe oferecer carona até o seu carro, mas, em vez disso, emprestar a ela meu guarda-chuva, para que pudesse ficar ali mais tempo se quisesse.

"Ah, não, não precisa, pode ficar tranquila".

"Eu tranquila e você encharcada", respondi com uma risada. "Por favor, pegue o guarda-chuva".

Andamos um pouco até chegarmos à porta e vermos o quanto a chuva ainda estava forte. Ergui as sobrancelhas e ela me deu um sorriso. Entreguei-lhe o guarda-chuva.

"Então eu devolvo na semana que vem".

"Pode ficar com ele o tempo que precisar. Sem multa por atraso!".

Ela me deu uma piscadela e se virou para conversar com outro paroquiano.

Enquanto corríamos para o nosso carro, fiz uma oração silenciosa de gratidão pelas minhas circunstâncias e, acima de tudo, por Ele mesmo, o nosso guarda-chuva espiritual eterno – sempre lá, sempre pronto, sempre nos inspirando e nos protegendo.

Top 10
See More