Neste mês de novembro, começamos celebrando todos os Santos e os Fiéis defuntos. Vamos refletir sobre esta realidade que nos envolve a partir da nossa fé: Fomos criados por amor, para viver o amor nesta terra e estarmos, para sempre, com o Amor que nos plenificará: Deus.
Todos os nossos esforços e trabalhos, na Pastoral da Igreja, é para tornar Deus presente neste mundo, para transformá-lo segundo a vontade de Deus. O Reinado de Deus é o objetivo de nossa missão: “É preciso que Ele reine”, escreve São Paulo (1Cor 15,25), fazendo eco do que Jesus nos ensinou a rezar: “Venha a nós o Vosso Reino...” (Mt 6,10).
Sermos missionários, como vivenciamos e celebramos no mês das missões apenas encerrado, nos impulsiona a considerar o papel dos leigos e leigas na Igreja. Todos somos missionários. A Igreja deve ser toda ela ministerial. É necessário que haja mais comunhão e participação nas comunidades, a corresponsabilidade deve ser exercida por todos, e, ainda, precisamos colocar em andamento a subsidiariedade a fim de que nossa Igreja possa realmente ser Sinodal.
Tudo isto foi objeto de reflexão nesta primeira etapa do Sínodo que se desenvolveu o mês passado no Vaticano. Há uma vontade, e mais que isto, uma necessidade de que todos possam participar, com seus carismas, caminhando juntos como Povo de Deus Peregrino. É a sinodalidade em todos os níveis que está batendo às portas de nossa Igreja, convidando a abandonar os esquemas antigos de uma Igreja onde a autoridade era baseada na autoridade de príncipes e não de servidores.
Sim, o Sínodo nos convida a exercermos nossos serviços na Igreja com muita simplicidade, proximidade e fraternidade. E o que achei muito importante nos trabalhos deste Sínodo foi o apelo à transparência em todos os setores da vida da Igreja. A desculpa de que informar e partilhar seria imprudência, ficou totalmente ultrapassada diante das propostas e discernimentos realizados. A verdadeira prudência é praticar o Evangelho na caridade que não exclui a verdade.
Assim, concluo esta reflexão chamando a atenção para o fundamento de tudo o que refleti com vocês até aqui. De onde vem a “autoridade” dos fiéis leigos? Vem do Batismo que dá a todos igual dignidade na Igreja, deixando as diferenças por conta dos dons e carismas que cada um exerce, colocando-se a serviço de todos.
Assim, no final deste mês, vamos celebrar o dia do leigo, celebrando a graça de termos sido batizados e com isso sermos membros da mesma Igreja em igual dignidade. Exercendo o sacerdócio comum dos fiéis, sirvamo-nos uns aos outros. Contemos sempre com o auxílio e ajuda imprescindível do sacerdócio ordenado, que existe, desejado por Cristo para servir todos os fiéis batizados.
Leigos e Leigas, a partir do batismo, sintam-se chamados e vocacionados para assumirem seu lugar na Igreja, comprometendo-se com a comunhão e missão.