Em carta a seminaristas da França reunidos para um encontro em Paris, o Papa Francisco reafirmou que "ninguém tem o poder de mudar a natureza do sacerdócio" - além disso, enfatizou: "e ninguém jamais o terá".
O pontífice observou que "as formas de exercer o sacerdócio devam necessariamente levar em conta as mudanças na sociedade atual e a grave crise vocacional que estamos vivendo", mas o resto da declaração de Francisco deixa claro que isso não pode ser usado como desculpa nem sofisma para desfigurar a sua natureza.
A carta enfatiza que o sacerdócio é "o que sempre foi e o que sempre será por vontade divina: a participação na autoridade pela qual Cristo edifica, santifica e governa o seu Corpo. Isto através de uma configuração inefável com Cristo, Cabeça da sua Igreja, que o coloca diante do Povo de Deus - embora sempre faça parte dele - para ensinar-lhe com autoridade, guiá-lo com segurança e transmitir eficazmente a graça através da celebração dos sacramentos".
Francisco também destaca que "no ponto mais alto, fonte e ápice da vida da Igreja e da sua vida pessoal, o padre celebra a missa em que, fazendo presente o sacrifício de Cristo, se oferece em união com Cristo no altar e ali deposita a oferta de todo o Povo de Deus e de cada um dos fiéis".
O papa ainda reforça que "os sacerdotes são celibatários – e querem ser – simplesmente porque Jesus era celibatário", recordando que "a exigência do celibato não é principalmente teológica, mas mística".
No tocante à perda de autoridade por parte do padre na sociedade atual, o pontífice ressalta a necessidade de "adotar um estilo pastoral de proximidade, compaixão, humildade, gratuidade, paciência, mansidão, dedicação radical ao próximo, simplicidade e pobreza". Para isso, convida a "cultivar uma relação pessoal forte, viva e autêntica com Jesus. Amem Jesus mais do que tudo, deixem que o seu amor seja suficiente para vocês, e vocês sairão vitoriosos de cada crise e de cada dificuldade".
Francisco pede, finalmente, que os seminaristas tenham como "primeira preocupação" a de "sempre responder a esse chamado e fortalecer sua união com Aquele que se digna a fazer de vocês seus amigos".