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Aceitar o cansaço não é um sinal de fraqueza, mas um ato de fé

SAD WOMAN,
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Edifa - publicado em 15/09/20
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Nós lutamos contra ele e tentamos ignorá-lo. Se muitas vezes subestimamos o cansaço, é por causa do nosso sentimento de culpa. No entanto, admitir nosso cansaço está longe de ser uma fraqueza

Vamos fazendo uma corrente juntando as jornadas de trabalho, as atividades, os cursos, os compromissos, preenchemos todas as lacunas de nossa agenda e nossos filhos estão embarcando no mesmo navio. Livrar-se dessas pequenas pausas será necessariamente uma decisão firme, mas vital, porque o descanso não é um luxo: é uma necessidade.

Porém, quando justificamos nossa necessidade de descanso, frequentemente o fazemos com uma lógica produtivista mal disfarçada: “Eu descanso um pouco depois do trabalho para ser mais produtivo depois; eu recarrego as baterias; um cochilo e depois volto renovado, e nesse tempo, garanto, até reflito”. No entanto, descansar não é sinal de fraqueza.

Descansar é renunciar à ilusão de onipotência em nossa vida

Nossa necessidade de descanso não é apenas biológica. Por meio desse descanso, manifestamos e reconhecemos que nosso trabalho nos ultrapassa, que vai além da simples soma de recursos. Na família e na educação, como com todos que trabalham conosco, não vivemos com máquinas que devemos fazer funcionar, mas com pessoas. Livres. Nosso descanso é o sinal de que sabemos renunciar à ilusão de onipotência sobre nossas vidas e sobre aqueles que, de fato, dependem de nós.

Descansar, portanto, é reconhecer a liberdade das pessoas para as quais trabalhamos: “É verdade, trabalhei para você, mas você não é o resultado desse trabalho, como um veículo saindo de uma linha de montagem. Você é livre, você é capaz de mais do que eu imagino, você pode superar minhas previsões, trilhar caminhos que eu não tinha previsto, ainda mais longe de tudo que fiz por você”.

Abrir-se para o trabalho de Deus

Então, por que muitas vezes nos sentimos obrigados a nos justificar quando fazemos uma pausa? Temos a impressão de que, enquanto dormimos, tudo se desintegra. Sentimo-nos culpados por ver os outros trabalharem, por vê-los operar a grande máquina do mundo sem nossa ajuda. Como se tudo estivesse em nosso poder.

“Enquanto eu durmo, um trabalho é feito em mim e nos outros que não depende de mim”. Obviamente, é um pouco humilhante: “Acabei de tirar uma soneca, todo o mundo pode fazer isso, não tenho do que me gabar”. E isso significa que se está abrindo para o trabalho de Deus. É internalizar que, justamente, não estamos sozinhos. E é para fazer os outros entenderem: “se durmo, desligo, mesmo em plena luz do dia, mas não te deixo só, acredite em mim”.

Aqueles por quem somos responsáveis ​​não estão sob nosso controle, mas nas mãos de Deus, e eles precisam saber disso, por isso é bom que nos vejam nos desconectar. O descanso não é um ato de fraqueza, mas um ato de fé. Naquele que mergulhou Adão num sono profundo. De onde Eva surge, através de quem a Criação conhece seu ápice. E só então Deus vê “que é muito bom”.

Jeanne Larghero

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