Uma divergência significativa nos pontos de vista ou nas formas de agir no contexto da vida conjugal; uma decisão séria tomada sem consultar o cônjuge; ou mesmo um comportamento controverso, podem dar origem a situações de violência descontrolada e, portanto, afetar não apenas o relacionamento, mas também a integridade das pessoas.
Justine nos disse que está "furiosa" desde que seu marido decidiu mudar de emprego sem conversar com ela. Desde o acontecido ela tem experimentado uma raiva que não consegue controlar.
"Eu me sinto inútil e traída dentro de nosso compromisso”, disse ela. A emoção que a sufoca faz com que ela transborde uma fúria que se expressa em palavras e gestos violentos.
Ao mesmo tempo, Tiago diz que também está com uma raiva incontrolável por causa das atitudes da esposa, que acredita que apenas o seu ponto de vista deve prevalecer na educação dos filhos. Mesmas emoções, mesmas reações violentas. Como se livrar desses sentimentos que oprimem a razão e que nos fazem sair de si?
Para que a turbulência emocional diminua, o primeiro passo é detectar e identificar suas emoções a fim de colocá-las em seus devidos lugares, o que permitirá que você comece a modificar seus pensamentos e implementar um plano para como se distanciar deles durante esses momentos difíceis.
Este trabalho não será fácil sob alto estresse e sem dúvida, precisaremos de ajuda para aumentar a nossa autoconscientização. Falar sobre o que se sente com outra pessoa não envolvida e colocar palavras para descrever o sentimento o ajudará a tomar a distância necessária para não se afogar em seu tumulto interior.
Diferentes técnicas podem ser utilizadas nesse contexto: controle da respiração, técnicas de relaxamento, controle emocional (que já nos ensinavam os Padres do Deserto), etc. Tudo isso nos permitirá controlar melhor nossos pensamentos.
Trabalhando sobre eles mesmos, Justine e Tiago serão capazes de olhar com mais calma para cada situação e entender juntos o que de fato está acontecendo em seu relacionamento
Tais desvios de comportamento, mesmo que os cônjuges tenham prometido confiança mútua, exigem um ajuste fino da relação conjugal a fim de encontrar a(s) brecha(s) que "permitiram" que eles chegassem a tais atitudes descontroladas.
Cada um precisa se questionar, pessoalmente e em verdade, para retomar com calma a aventura conjugal. A alegria ainda pode estar a caminho. “Felizes os mansos!".
Marie-Noël Florant