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Bendita leitura: As Crônicas de Nárnia

OPOWIEŚCI Z NARNII, ŁUCJA
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Comunidade Shalom - publicado em 29/05/18
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Convido você, amigo leitor, a ler ou reler esta obra com esta nova perspectiva, a fim de conciliar uma ótima leitura com o crescimento na fé

Você já teve a sensação de não encontrar palavras para expressar aquilo que estava pensando ou sentindo e precisou recorrer a uma figura de linguagem?

A figura de linguagem é um recurso da escrita utilizado para tornar as mensagens mais expressivas ou até dar um novo significado ao texto.

Talvez você se recorde vagamente de alguns conceitos que aprendeu na escola, mas que já estão bem cheios de “teias de aranha” dentro do seu cérebro, como, por exemplo: metáfora, hipérbole, onomatopeia, antítese e por aí vai.

É óbvio que não existem teias de aranha dentro do cérebro humano, mas, metaforicamente, queremos dizer que certos conhecimentos adquiridos provavelmente só serão utilizados por seus donos até passarem pelo ensino médio, depois disso, dependendo da carreira escolhida, as mitocôndrias, os cossenos e todos os elementos da tabela periódica tornar-se-ão como uma opaca lembrança de um sonho distante.

Dentre estes nomes estranhos contidos na gramática, um dos mais conhecidos é a alegoria. Todo mundo sabe o que é uma alegoria, ou, ao menos, já utilizou uma na vida, mas talvez não saiba “dar nome aos bois”, pois aí vai: alegoria é um modo de expressão que adiciona ao sujeito, objeto ou situação um significado oculto, além do que aparenta ter.

Neste sentido, existem alguns símbolos alegóricos universais: a pomba é conhecida mundialmente como o símbolo da paz; já a figura da morte é comumente representada por um misterioso ente vestido de preto e armado com uma foice. Há também inúmeras obras literárias recheadas com alegorias.

Assim, a dica agora é sobre um livro escrito em meados dos anos 50, que tem em sua narrativa muitos elementos alegóricos, mas que passam completamente desapercebidos por grande parte das pessoas, principalmente pelas que o conhecem somente pelas suas três adaptações para o cinema, que foram a público a partir de 2005. Falo do ótimo “As Crônicas de Nárnia”, do escritor irlandês Clive Staples Lewis, ou, simplesmente, C. S. Lewis.

Na verdade, a obra comporta uma série de histórias, comumente encontradas em volume único, mas que consistem em sete crônicas diferentes.

A mais famosa delas, “O Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa” passa-se na época da Segunda Guerra Mundial e conta a história de quatro irmãos que moravam em Londres, mas que precisam se retirar para a casa de um velho professor, no interior da Inglaterra, motivados pelos constantes ataques aéreos que a capital vinha sofrendo por causa da guerra.

Naquele local que, a princípio, não passava de um velho casarão sem nenhum atrativo para crianças, os quatro irmãos descobrem uma passagem secreta dentro de um antigo guarda-roupas, que leva a uma terra mágica, cheia de personagens mitológicos e que padecia há cem anos sob o jugo da Feiticeira Branca, que viajara para Nárnia e se autoproclamara rainha. Desde então, um rigoroso inverso se instalara naquela região.

Por sua vez, os seus habitantes esperavam pelo cumprimento de uma profecia, que previa a volta de Aslam, o grande leão que, com o auxílio dos quatro irmãos Pevencie: Peter, Lucy, Edmond e Susan, poria fim ao reinado da Feiticeira Branca, restabelecendo a paz e a liberdade naquele reino.

E toda esta luta pela salvação de Nárnia trata, além de uma bela aventura, de uma grande alegoria criada por Lewis para falar da imensurável obra de salvação da humanidade, alcançada por Jesus Cristo, sendo que este detalhe sobre o real significado da trama é o que passa despercebido pela maioria de seus espectadores, que pensam nesta obra como nada mais do que um conto de fadas para crianças.

Não há como falar a respeito da maioria das alegorias sem correr o risco de soltar alguns spoilers, assim, atenho-me ao mais claro de todos: Aslam, o Leão, é uma simbologia de Jesus Cristo, inclusive, representando o seu sacrifício em favor do homem corrompido pelo pecado, salvo pela misericórdia divina. A partir desta informação, convido você, amigo leitor, a ler ou reler esta obra com esta nova perspectiva, a fim de conciliar uma ótima leitura com o crescimento na fé.

Ficha

Autor: Clive Staples Lewis
Primeiro livro: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa
Gêneros: Literatura fantástica, Literatura infantil
Publicado entre‎: ‎1950‎ – ‎1956
(via Shalom)
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