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Os 4 pilares da feminilidade, segundo Edith Stein

KOBIETA NA HUŚTAWCE
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Marzena Devoud - Michael Rennier - publicado em 21/08/18
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Os estudos de Edith Stein sobre a mulher influenciaram o pensamento de João Paulo II Por que recorrer a Edith Stein quando o assunto é a complementariedade entre homem e mulher?

Provavelmente porque ela sempre se interessou por tudo o que é referente ao ser humano, a visão da humanidade consumada, a visão de Cristo. 

Mas também porque ela observou, na Alemanha da década de 1930, os protestos dos jovens contra a geração de seus pais. Ela sentiu então, que naquele momento, para enfrentar o desafio da transmissão, as mulheres poderiam desempenhar um papel essencial. 



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Segundo Cécile Rastoin, autora do livro Edith Stein. Enquête sur la Source,  a filósofa alemã “enfrentou os problemas da época falando em nome das mulheres e convidando-as a reconstruir o tecido social para por freio ao nazismo”.

Sequestrada pelos nazistas, Edith Stein foi deportada e morreu em Auschwitz em agosto de 1942. Foi canonizada pelo Papa João Paulo II em 1998. 

De Eva a Maria 

Para Edith Stein, a feminilidade é a chave para compreender a capacidade que temos de amar e de nos conectar com nosso Criador. 

Em suas pesquisas sobre a especificidade do homem e da mulher sobre seus respectivos destinos, ela descobriu que homens e mulheres cumprem suas missões de maneira diferente. A mulher, por um lado, quer ser a semelhança de Deus e, por outro, busca educar as gerações futuras. Segundo Edith Stein, a mulher é chamada a “buscar o caminho que leva de Eva a Maria”. A ela foi dada a missão particular de restaurar a “natureza feminina em sua pureza”, cujo modelo é a Virgem Maria. 

Stein escreveu sobre os quatro pilares da feminilidade. Para ela, esses pilares encontram sua essência na maior das virtudes: o amor. 

1. A receptividade

De acordo com Edith Stein, as mulheres têm um grande desejo de dar e receber amor. Este desejo “se eleva sobre a existência cotidiana para entrar na realidade de uma pessoa melhor”. Nosso desejo de receber amor nos torna vulneráveis e, principalmente, nos faz parecer mais fracas.

Quem se esforça para demonstrar seu poder e domínio nunca admitirá que precisa de outra pessoa. Mas o que Edith mostra é que, como mulheres, a receptividade ao amor nos eleva e aumenta a nossa compreensão do mundo.   

2. A generosidade

Edith Stein insiste na generosidade do dom recíproco. Segundo ela, existe uma alma tipicamente feminina, que “na experiência, se revela sensível às realidades pessoais, à harmonia, ao global (…). A atenção da mulher se centra naturalmente nas pessoas, enquanto a experiência nos mostra que os homens buscam mais a eficácia externa para se concentrarem em ações objetivas (…). A alma feminina vive com mais força e está mais presente em todas as partes do corpo. Ela se comove internamente por tudo o que acontece, enquanto que, no homem, o corpo tem mais o caráter de ferramenta para o trabalho, o que implica certo distanciamento”. 

Esta abertura do coração e da mente fortalece a alma e a vida espiritual. Mas produz um grande paradoxo: quando saímos de nós mesmas para nos transformarmos em uma bênção para os outros, nós é que melhoramos. Essa é uma atitude de generosidade que nos faz felizes. 

3. A dignidade

“Toda mulher que vive à luz da eternidade pode responder à sua vocação – não importa se é para o matrimônio, para uma comunidade religiosa ou uma profissão”. 

As mulheres podem expressar a feminilidade de muitas maneiras. Edith Stein define três categorias possíveis: esposa e mãe, solteira “no mundo” e solteira consagrada à vida religiosa. 

Para ela, todas as mulheres que se deixam guiar por Deus realizam o sentido profundo da feminilidade, pois têm uma intuição particular para descobrir como amar. 

Ser mulher não significa satisfazer todo um conjunto de expectativas ou ideais arbitrários. Aonde quer que a vida nos leve, cada situação pode ser enobrecida e dignificada pelo amor. 

4. A maternidade

A filósofa alemã afirma que todas as mulheres sentem a necessidade física de serem mães. Ela mesma não teve filhos, mas acreditava que as mulheres possuem um instinto maternal. 

Segundo ela, “as mulheres buscam, por natureza, abraçar o que é vivo, pessoal e completo. Amar, proteger, nutrir e educar são desejos naturais e maternais”. Em outras palavras: as mulheres dão a vida e a nutrem naturalmente. 

O amor feminino é um impulso natural, capaz não só de trazer crianças ao mundo, mas também de tornar os sonhos possíveis, e, desta forma, ajudar o crescimento dos outros. 

Edith Stein mostra, com isso, o caminho até uma feminilidade que recupera sua dignidade. Reconhece o valor insubstituível da mulher e redescobre sua maneira particular de levar o amor ao mundo. 

 

Fontes: La femme (Edith Stein), Éditions du Cerf, 2009; Spirituality of the Christian Woman, (Edith Stein), 1932.

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