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Como enfrentar a morte de um filho

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Javier Fiz Pérez - publicado em 19/02/20
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Quando uma criança morre, o mundo que construímos em nossa mente é destruídoDor, amargura, tristeza, raiva, desespero: as emoções imediatas diante da morte de um ente querido e, mais ainda, quando se trata de uma criança inocente cuja vida é interrompida. Não há palavras quando a dor é tão grande. O silêncio é a linguagem mais conveniente nesses casos.

A morte de um filho deixa um rasgo de dor que estará gravado para sempre no coração de seus pais. Uma parte deles morre com o filho, enquanto o futuro muda para sempre. É que essa morte vai contra a ordem natural da vida.

É por isso que a morte de um filho leva você a passar por uma profunda crise vital, na qual todos os princípios filosóficos, psicológicos, espirituais e sistemas de valores que até então o guiavam entram em xeque. Os pais se questionam se a vida fará algum sentido enquanto se perguntam: “como vou fazer para sobreviver à dor de sua ausência?”

A morte de um filho implica não apenas a perda de sua presença física, mas também dos sonhos e projetos que todos tinham em mente.

Quando somos pequenos, brincamos e fantasiamos sobre a ideia de ser pais. No entanto, é somente quando uma criança entra em nossa vida que entendemos o profundo amor que sempre nos ligará a ela.

Para além de qualquer distância, tempo ou adversidade, é construída uma conexão que transforma irreversivelmente o mundo em que você estava até agora.

Quando um filho morre, o mundo que construímos em nossa mente é destruído. Os pais ficam absolutamente desorientados e entorpecidos diante da nova realidade. É que a ordem natural da vida nos diz que os filhos não devem morrer antes dos pais.

Devemos ver nossos filhos crescerem, estudarem e começarem sua própria família. É por isso que a morte de um filho é tão incompreensível. Sua ausência física implica a perda do futuro, dos sonhos e esperanças gerando uma dor tão profunda que não pode ser expressa em palavras. Nesse sentido, cada pai e cada mãe experimentará esse processo de luto de uma maneira absolutamente pessoal.

Emoções, saúde física, sistema de crenças, pensamentos e prioridades da vida mudam. Tudo muda. É um dos eventos em que sentimos necessidade de algo maior que nós mesmos, para enfrentar o que sentimos e vivemos.

Esses são os momentos em que o dom da fé nos abre para a única dimensão capaz de entender o que racionalmente não faz sentido.

Quando, além disso, a morte de um filho ocorre não por acidente, doença ou desastre natural, mas pelo mal de outra pessoa que decide deliberadamente acabar com uma vida, não há outra maneira de enfrentar isso a não ser pela fé. Confie em quem nos criou. Existem eventos (infortúnios) na vida em que explicações racionais não são úteis.

Há algo maior que nós mesmos, que nos ultrapassa e que pode nos iluminar para ver com outros olhos o que não podemos aceitar com os olhos desta terra. Por isso, a fé é uma bênção em nossas vidas quando o mundo nos coloca em um cenário tão devastador quanto o da morte de um filho. O valor do amor que encontra seu significado mais sublime na dimensão da fé.

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