O pe. Cido Pereira esclarece a dúvida de uma leitoraEm sua coluna no jornal O São Paulo, da arquidiocese paulistana, o pe. Cido Pereira respondeu à seguinte pergunta da leitora Regina Célia, do bairro de Santana, também em São Paulo:
“Por que o livro do Apocalipse não é comentado nas missas?”
Eis a resposta do pe. Cido:
Regina, eu acho que você não reparou bem. O livro do Apocalipse é usado, sim, e muitas vezes na missa. Eu vou citar alguns exemplos: ele é utilizado como leitura do Ano C na 4ª, 5ª e 6ª semanas do Tempo Pascal e em todos os dias da 33ª e 34ª semanas do Tempo Comum. É usado, também, nas leituras das missas de consagração de uma igreja, em missas de Nossa Senhora, dos mártires e dos santos. Nas missas dos defuntos também é usado diversas vezes.
Trata-se de um livro muito especial. Ele foi escrito por São João num tempo de muito sofrimento e perseguição à Igreja. São João o escreveu utilizando uma linguagem cheia de símbolos, para que só os cristãos pudessem entendê-lo.
O livro descreve simbolicamente o combate das forças do mal contra os discípulos de Jesus, até que Ele volte e, enfim, haja a vitória final e o advento da Jerusalém celeste.
Eu fico pensando, minha irmã, no sofrimento dos primeiros cristãos. Eles tinham que enfrentar perseguições e incompreensões. Eram tentados ao desânimo, a abandonar a fé em Jesus. O Apocalipse é um livro carregado de esperança. São João está gritando a eles, por meio deste livro, que só será salvo quem perseverar até o fim. Por isso, ele descreve a grande festa final, quando Jesus será tudo em todos.
O livro do Apocalipse se divide em duas grandes partes. A primeira se refere ao presente vivido pelas comunidades cristãs. São muitas lutas a enfrentar pela Igreja. No futuro, Cristo e a Igreja triunfarão. Por tudo isso, é um livro, repito, carregado de esperança.
Fique com Deus, minha irmã. Que Ele abençoe você e sua família.