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O que o Papa teria pedido diante do túmulo de Santa Mônica?

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Ary Waldir Ramos Díaz - Reportagem local - publicado em 28/08/20
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O Papa Francisco saiu do Vaticano na véspera da festa de Santo Agostinho para visitar a basílica onde está o túmulo da mãe deste Doutor da Igreja

No dia em que a Igreja celebrou Santa Mônica (27 de agosto de 2020), o Papa Francisco foi à Basílica de Santo Agostinho no Campo Marzio, em Roma. A basílica guarda o túmulo de Santa Mônica, mãe de Santo Agostinho.

Como qualquer outro fiel, Francisco sentou para rezar na capela. Depois da oração, voltou ao Vaticano.

Em um momento em que a morte e o sofrimento parecem flagelar o mundo, o que será que o Sucessor de Pedro pediu à Santa Mônica? Nunca saberemos essa resposta. Mas a história de perseverança de Santa Mônica nos dá algumas pistas.

Uma primeira intuição deste momento particular pode ser encontrada nas lágrimas de Santa Mônica, as lágrimas de todas as mães que, no fundo de seus corações, esperam pela conversão de seus filhos. Santo Agostinho, que foi discípulo de uma seita anti-cristã, descreve a persistente oração de sua mãe por sua conversão: 

“Minha mãe, fiel e serva a Deus, chorava por mim muito mais que as outras mães choram a morte corporal de seus filhos, porque, com a fé e o espírito que tinha recebido de Ti, via a minha morte.”

Ainda hoje, a confiança de Santa Mônica (331-387) em Deus surpreende teólogos, intelectuais e papas.

Santo Agostinho e sua mãe, pouco antes da morte dela, aos 56 anos, dialogam sobre a beleza do céu e a força da fé diante das piores circunstâncias e catástrofes:

“Filho, no que se refere a mim, nada me deleita nesta vida. Não sei o que faço nela, nem por que estou aqui, morta a toda esperança dessa vida. Só há uma coisa pela qual viveria um pouco mais: é ver-te cristão católico antes de morrer.”

A esperança da ressurreição, a escolha que vários intelectuais tardam a reconhecer, a quimera que ninguém, em séculos, esclareceu Deus mesmo resolve e imprime tudo isso no coração de Mônica. Ela é o exemplo de que o amor fiel vence a morte!

Por isso, a Igreja sempre estará em dívida com Santa Mônica, que não teve estudos, mas doou seu coração a Deus e foi essa “universidade para Santo Agostinho, uma catequista autêntica e mestra da vida em família.  

A visita do Papa coincidiu com a véspera da memória de Santo Agostinho, bispo e doutor da Igreja que se converteu à fé católica depois de uma adolescência inquieta e que foi batizado em Milão por Santo Ambrósio.

Francisco rezou diante das relíquias de uma mãe que evangelizou até seu esposo, um patrício romano pagão que morreu quando Agostinho tinha 17 anos. Mônica conseguiu que ele recebesse o sacramento do batismo antes de partir dessa vida terrena.

A santa morreu depois de nove dias de enfermidade. Estava feliz, porque Deus tinha mostrado que não abandona quem confia nele. Santa Mônica se tornou um farol de esperança em tempos incertos e turbulentos.



Leia também:
Santa Mônica e Santo Agostinho: exemplos de persistência e conversão

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