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O que São Leão Magno nos ensina sobre enfrentar desafios inesperados

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Michael Rennier - publicado em 09/11/20
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Da próxima vez que você estiver lidando com algo que parece difícil ou impossível, inspire-se nesta atitude do Papa Leão IComo padre, sou o que você pode descrever como “orientado para os detalhes”. Eu gosto que tudo esteja certo antes da missa começar. Por isso, faço minha lista e a verifico duas vezes. Se um desafio inesperado surgir e as orações não saírem de acordo com as expectativas, eu não lido muito bem com isso.

Apesar da minha atenção aos detalhes já comecei a missa e só um minuto depois percebi que tinha me esquecido de acender as velas do altar. Além disso, certa vez, eu saí vestindo a cor litúrgica errada. Tenho certeza de que todos perceberam o erro, mas todos foram gentis o suficiente para não dizer nada.

No entanto, meu pior pesadelo é esquecer o texto da homilia. Outros padres conseguem falar muito bem sem anotações. Mas, como sou introvertido, tal pensamento me arrepia até os ossos. Então este é um desafio inesperado que me faria procurar um buraco para me enterrar.

Desafios e vida satisfatória

Sempre acreditei muito na ideia de que aceitar desafios e tentar realizar tarefas difíceis são o que contribuem para uma vida satisfatória. Meus filhos, por exemplo, provavelmente estejam cansados ​​de eu lhes dizer: “Podemos fazer coisas difíceis”.  Sim, enfrentar esses desafios às vezes nos fará falhar, mas eles também são o caminho para a grandeza humana. Estamos todos em uma jornada de herói, e quanto mais pesada a carga que podemos carregar, maior a recompensa.

Esses são os desafios que escolhemos, no entanto. Nós os pegamos por nossa própria vontade. E aqueles que nos escolhem? E o desafio que chega sem ser convidado e não celebrado? Aquele que nos faz desabar em desespero, perguntando-nos se este poderia, de fato, ser o obstáculo que finalmente interrompe nossa jornada?

São Leão Magno e os desafios inesperados

O tema dos desafios inesperados traz à mente um incidente da vida de São Leão Magno. No ano de 452, enquanto Leão era Papa, Átila, o Huno e sua horda de guerreiros entraram no norte da Itália e começaram a pilhar cidades. Átila estava em uma missão. Ele iria saquear Roma e se casar com a irmã do imperador, colocando-se ou a um filho como próximo imperador.

Os exércitos de Roma foram impotentes para deter Átila. Então, enviou-se uma delegação para implorar pela paz. O pior que poderia acontecer, raciocinou o imperador, seria que Átila matasse os embaixadores. O homem escolhido para esta missão absurdamente perigosa foi o Papa Leão. Em vez de recusar, ele consentiu. Entretanto, seu secretário disse que Leão, não tendo exército para protegê-lo enquanto cavalgava para o norte, estava confiando na intervenção divina.

O que aconteceu a seguir surpreendeu a todos. Uma testemunha registra: “Nosso bendito Papa Leão – confiando na ajuda de Deus, que nunca falha os justos em suas provações – assumiu a tarefa … E o resultado foi o que sua fé havia previsto; pois quando o rei recebeu a embaixada, ele ficou tão impressionado com a presença do sumo sacerdote que ordenou que seu exército desistisse da guerra e, depois de ter prometido paz, partiu para além do Danúbio”. Átila voltou, então, para o norte e Roma foi salva.

 Colocar os desafios inesperados nas mãos de Deus

O que é mais impressionante nas ações de Leão é que ele teve a confiança de se colocar nas mãos de Deus, entendendo que, mesmo que um desafio chegue para derrubar suas defesas, o que a princípio parece tão esmagadoramente violento e destrutivo ,na verdade não tem poder sobre nós.

Não importava o que acontecesse naquele dia, a Igreja viveria, Roma se recuperaria. De fato, os bárbaros já estavam no portão. O desafio era inevitável, então, em vez de esperar que ele descesse e o destruísse, ele se preparou o melhor que pode e o enfrentou.

O maior desafio da minha vida

O maior desafio inesperado da minha vida foi o momento em que percebi que precisava me tornar católico. Depois que percebi que a Igreja Católica era meu verdadeiro lar espiritual, fui compelido quase contra minha vontade a me converter. Foi um desafio que eu não esperava naquela época da minha vida. Eu era feliz como padre anglicano, amava meus paroquianos e não tinha planos de seguir em frente. Mas esse era um desafio que eu precisava vencer sem recuar, porque me senti na obrigação de responder à vontade de Deus para minha vida.

Mesmo sem saber o que fazer a seguir, tomei providências para entrar na Igreja. O processo exigia deixar meu emprego, vender nossa casa, deixar amigos para trás, mudar para o outro lado do país e talvez nunca mais ser padre novamente. Em meio a tudo isso, tinha uma esposa e três filhos que precisava sustentar.

Esse tipo de situação é suficiente para parar uma pessoa em seu caminho. Mas é aqui que o exemplo do Papa Leão pode nos encorajar. Quando surge um desafio, do tipo que te abala até os ossos, do tipo de crise existencial que o faz questionar quem você é e o significado de sua vida, você veste seu casaco, monta em seu cavalo e cavalga para enfrentá-lo.



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