São João Paulo II queria dar um exemplo virtuoso a todos os políticos sobre como governar com justiça a partir dos princípios católicosUm Papa raramente faz um anúncio especial declarando um santo como padroeiro de um grupo específico da sociedade. Normalmente os santos se tornam patronos com o tempo e por meio de seu poder de intercessão, não por decreto papal.
No entanto, São João Paulo II abriu uma exceção com Thomas More (Tomás Moro), desejando que ele fosse conhecido por sua vida política.
No ano 2000, João Paulo II escreveu uma carta apostólica especial proclamando “São Thomas More, patrono dos governantes e dos políticos.” Ali, o Papa explicou as várias razões pelas quais acreditava que Thomas More merecia esse título especial.
Modelos para os políticos
Muitas são as razões em favor da proclamação de S. Tomás Moro como Patrono dos Governantes e dos Políticos. Entre elas, conta-se a necessidade que o mundo político e administrativo sente de modelos credíveis, que lhes mostrem o caminho da verdade num momento histórico em que se multiplicam árduos desafios e graves responsabilidades.
São Tomás Moro deve ser um modelo para todos os políticos, especialmente aqueles que professam a fé católica. Ele é um exemplo virtuoso para aqueles que tomam decisões nacionais tão importantes, especialmente na proteção da vida e da família.
Com efeito, existem, hoje, fenómenos económicos intensamente inovadores que estão a modificar as estruturas sociais; além disso, as conquistas científicas no âmbito das biotecnologias tornam mais aguda a exigência de defender a vida humana em todas as suas expressões, enquanto as promessas duma nova sociedade, propostas com sucesso a uma opinião pública distraída, requerem com urgência decisões políticas claras a favor da família, dos jovens, dos anciãos e dos marginalizados.
Compromisso com a verdade
Além disso, São João Paulo II exortou os políticos a reconhecerem a unidade de fé e razão, política e verdade de St. Thomas More.
Esta foi a meta a que o levou a sua paixão pela verdade. O homem não pode separar-se de Deus, nem a política da moral: eis a luz que iluminou a sua consciência. Como disse uma vez, «o homem é criatura de Deus, e por isso os direitos humanos têm a sua origem n’Ele, baseiam-se no desígnio da criação e entram no plano da Redenção. Poder-se-ia dizer, com uma expressão audaz, que os direitos do homem são também direitos de Deus».
São Tomás Moro se destaca como um poderoso testemunho dos direitos da consciência de uma pessoa e da capacidade de seguir fielmente sua religião.
A vida de S. Tomás Moro ilustra, com clareza, uma verdade fundamental da ética política. De facto, a defesa da liberdade da Igreja face a indevidas ingerências do Estado é simultaneamente uma defesa, em nome do primado da consciência, da liberdade da pessoa frente ao poder político. Está aqui o princípio basilar de qualquer ordem civil respeitadora da natureza do homem.
Que São Tomás Moro seja um poderoso exemplo e defensor em nosso tempo, e que todos os políticos olhem para ele como inspiração.
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