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Aborto de bebês com Síndrome de Down dispara onde aborto em geral é legalizado

Bebê com Síndrome de Down
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Francisco Vêneto - publicado em 27/01/21
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Números reais desmascaram a narrativa de que a legalização diminuiria a quantidade de abortosAborto de bebês com síndrome de Down dispara onde o aborto em geral é liberado, colocando em xeque a narrativa ideológica de que a legalização diminuiria o número de abortos.

Aborto de bebês com Síndrome de Down dispara

O caso mais extremo é o da Islândia, onde os nascimentos de bebês com a síndrome foram nada menos que zerados. Isso mesmo: a Islândia aborta 100% dos bebês diagnosticados com a Síndrome de Down.

Outros países não chegam a tal horror eugênico (pelo menos não ainda), mas “avançam” a passos largos nessa sombria direção: no Reino Unido, por exemplo, o nascimento de crianças com a síndrome caiu pela metade, porque os pais estão optando por abortá-los. Só no primeiro semestre de 2020, o sistema de saúde britânico abortou 339 bebês apenas porque eles tinham a Síndrome de Down. Quem divulgou e confirmou este número foi a própria ministra da Saúde do Reino Unido, Helen Whately.

Aborto e eugenia

Eugenia é a criminosa escolha de quem “merece” nascer ou viver com base em “critérios” físicos. A definição se aplica, sem tirar nem pôr, à prática de eliminar os bebês que “não cumprem os requisitos” desejados pelos pais – entre os quais, pelo visto, a ausência da Síndrome de Down, que, diga-se de passagem, não é doença nem põe em risco a vida da gestante ou de quem quer que seja.

A influência da eugenia na militância pró-aborto não chega a ser uma surpresa. Margaret Sanger, fundadora do maior conglomerado de clínicas de aborto dos EUA, a rede Planned Parenthood, chegou a declarar publicamente a sua visão favorável à eugenia “negativa”, abrangendo propostas como restringir os casamentos, promover a esterilização e eliminar fisicamente certos grupos de indivíduos portadores de genes “indesejáveis” a fim de “melhorar o ser humano”.

Sanger afirmou, por exemplo, que “o controle dos nascimentos consiste, nem mais nem menos, na eliminação das pessoas inadequadas”. Esse tipo de ideia pode ser constatada em escritos como “A ética e o controle dos nascimentos” e “O controle dos nascimentos e a nova raça”, nos quais a militante pró-aborto declara que o controle da natalidade procura principalmente produzir uma “raça mais própria”, eliminando quem ela considera “inadequado”.

Outras frases explícitas de Margaret Sanger sobre a eugenia por trás da fachada do planejamento familiar podem ser lidas aqui.

Legalização e aumento do número de abortos

A eliminação de bebês com Síndrome de Down não é a única “modalidade” de aborto que sofre aumento.

A militância ideológica pró-aborto divulga frequentemente a patente mentira de que a legalização não aumentaria o número de abortos realizados. Segundo esta ficção, aliás, até diminuiria! O próprio fato da redução significativa ou mesmo drástica dos nascimentos de bebês com Síndrome de Down em países que legalizaram o aborto já coloca essa mentira em xeque. Esses bebês não seriam eliminados no ventre materno se o aborto livre não o permitisse.

Além disso, a legalização do aborto leva mais mulheres a utilizá-lo como “método contraceptivo”, como se viu na Rússia e em outros países da falida União Soviética, como a Estônia: afinal, se uma mulher engravida, ela pode simplesmente recorrer à rede pública de saúde para eliminar seu filho sem qualquer necessidade de justificativa, ainda que ele seja saudável, ainda que ele não tenha sido gerado num estupro e ainda que não haja qualquer risco de vida para a gestante. Simplesmente porque sim. Quem “agradece” muito por esse “progresso”, diga-se de passagem, são os homens irresponsáveis, que podem fazer sexo ainda mais despreocupadamente.

Números e fatos

Vamos aos números.

O Uruguai descriminalizou o aborto em 2012 e, segundo a ideologia que o defende, deveria registrar uma “grande diminuição” do número de abortos realizados. Na vida real, porém, os números oficiais apresentados pelo Ministério da Saúde do país continuaram elevados, inclusive com consistente crescimento durante a sequência demonstrada no site do próprio ministério: 7.171 em 2013, 8.537 em 2014, 9.362 em 2015, 9.719 em 2016, 9.830 em 2017. Os números disponíveis no site do ministério vão até 2017; segundo levantamentos independentes, teria havido uma pequena redução em 2018. Mesmo que isto tenha ocorrido, continua sendo fato evidente que a legalização do aborto não o diminuiu, e que, mesmo havendo oscilações, os números continuam muito altos e muito acima de quaisquer promessas ilusórias de “grande diminuição”.

A suposta “grande diminuição” também não foi registrada na Espanha, que legalizou o aborto em 2010, nem em Portugal, nem em países que já o legalizaram há décadas, como o Reino Unido ou os Estados Unidos.

O que acontece na prática é a banalização da vida humana, da gravidez e do sexo, que, aliás, já é banalizado por si só em qualquer cultura que o dissocia do amor e do comprometimento. Neste panorama, o aborto tende a se tornar não apenas um “método contraceptivo”, mas também uma prática disseminada de eugenia.

As tergiversações dos números são recorrentes na militância pró-aborto. Visando a descriminalização, é comum que ativistas inflem as estatísticas de abortos ilegais e de mortes de gestantes como estratégia narrativa para impressionar o público e induzi-lo a achar que existe um imenso número de mortes e abortos ilegais.

Quem desmascarou essa tática com dados e fatos foi o pe. José Eduardo de Oliveira, em plena audiência no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 442, que, em agosto de 2018, discutiu a descriminalização do aborto no Brasil até a 12ª semana da gravidez.

Contestação de números sobre aborto no Brasil e no mundo

Além de questionar a própria tramitação de uma ação desse tipo no STF, o pe. José Eduardo apresentou estatísticas reais em relação ao aborto no país e no mundo.

Reproduzimos na íntegra, a seguir, esse trecho da sua exposição:

“A Comissão Episcopal da Pastoral Familiar da CNBB, em artigo publicado na última sexta-feira, analisou os discordantes números aqui apresentados sobre as estatísticas do aborto. Estes números acabaram se tornando a base de quase todas as apresentações da audiência da sexta-feira. Dezenas de representantes de organizações falaram de um milhão de abortos por ano e de quinhentos mil abortos por ano. A professora Débora Diniz disse explicitamente que o número anual de abortos calculados no Brasil é de 503 mil por ano. Disse também que as pesquisas constataram que metade destes abortos passam por internações na rede hospitalar. Isto daria cerca de 250 mil internações, o que conferiria com os dados do SUS.

Ora, os dados do SUS são que há 200.000 internações por aborto por ano. A estimativa dos médicos experientes é que, destes, no máximo 25% seriam por abortos provocados. Numerosas pesquisas apontam valores entre 12% e 25%. Em 2013, o IBGE estimou que o número de abortos naturais corresponde a 7 vezes o número de provocados.

Tomando o valor mais conservador de 25%, deveríamos concluir que, se houvesse no Brasil 250 mil internações por abortos provocados, deveria haver entre um milhão e um milhão e meio de internações totais de abortos, e não apenas 200 mil. Além disso, os livros de obstetrícia e patologia afirmam que o número de abortos naturais, ocorridos em sua maioria no final do primeiro trimestre, é cerca de 10% do número de gestações, a maioria dos quais passam pelo SUS. Se as internações por aborto fossem um milhão ou um milhão e meio, o número de nascimentos no Brasil deveria ser 10 vezes maior. Nasceriam no Brasil entre 10 e 15 milhões de crianças por ano. Mas só nascem 2.800.000.

A realidade é que dos 200 mil abortos atendidos pelo SUS, no máximo 50 mil são abortos provocados. Provavelmente bem menos. Então, no máximo, há 100 mil abortos provocados por ano no Brasil. Os números que foram aqui apresentados são 10 ou mais vezes maiores do que a realidade. Toda esta inflação é para poder concluir que onde se legalizou a prática realizam-se menos abortos do que no Brasil.

Mas…

  • Na Alemanha se praticam 120.000 abortos por ano. A Alemanha possui apenas 80 milhões de habitantes. Se a Alemanha tivesse 200 milhões como o Brasil, ali haveria 300 mil abortos por ano, três vezes os do Brasil.
  • Na Espanha se praticam 100 mil abortos por ano. A Espanha tem apenas 45 milhões de habitantes. Se possuísse 200 milhões, ali se praticariam 400 mil abortos por ano, quatro vezes mais que o Brasil.
  • Os Estados Unidos tem 320 milhões de habitantes e 900 mil abortos por ano. Se tivessem 200 milhões de habitantes, praticariam 600 mil abortos por ano, seis vezes o Brasil.
  • O Reino Unido tem 60 milhões de habitantes e 200 mil abortos por ano. Se tivesse 200 milhões de habitantes, praticaria 700 mil abortos por ano, sete vezes o número do Brasil.
  • A Suécia tem 10 milhões de habitantes e pratica 40 mil abortos por ano. Se tivesse 200 milhões de habitantes, praticaria 800 mil abortos, oito vezes mais que o Brasil.
  • A Romênia, de que tanto se falou aqui, possui 20 milhões habitantes e pratica 90 mil abortos por ano. Se tivesse 200 milhões, faria 900 mil abortos por ano, nove vezes os do Brasil.
  • A China, com 1 bilhão e 300 milhões de habitantes, tem 7 milhões e 400 mil abortos. Se tivesse a população do Brasil, faria 1 milhão e 200 mil abortos por ano, mas isto é doze vezes o número do Brasil.
  • A Rússia possui 140 milhões de habitantes e 1 milhão e meio de abortos por ano. Isto é 23 vezes mais do que no Brasil.

Em todos estes países o aborto foi legalizado. Praticam entre 3 e 23 vezes mais abortos que o Brasil.

Se examinarmos as estatísticas de outros países de que temos dados confiáveis e onde o aborto está legalizado, como Geórgia, Cazaquistão, Cuba, Estônia, Hungria, Ucrânia, Islândia, Dinamarca, Noruega, Turcomenistão, Nova Zelândia, Coreia do Sul, França, Israel, Grécia, Portugal, Finlândia, África do Sul, Bélgica, Lituânia, Japão, Itália, Taiwan, Suíça, Uzbequistão, Canadá, Austrália, Holanda e outros, obteremos dados em tudo semelhantes.

A conclusão é que, exatamente ao contrário do que foi sustentado aqui pelos que estão interessados em promover o aborto, quando se legaliza o aborto o número de abortos aumenta, e não diminui. É no primeiro mundo onde se praticam mais abortos, e não no Brasil.

Por favor, não mintam para o povo brasileiro. Nós somos uma democracia”.

Os números apontam que o aborto de bebês com Síndrome de Down tende a disparar quando o aborto em geral é legalizado – mas este aumento não é o único que tende a verificar-se, contrariando as narrativas ideológicas que tentam induzir o público a achar que a legalização iria diminuir o número de abortos como um todo.



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