O extermínio sistemático dos cristãos armênios pelo Império Otomano foi o primeiro a ser planejado no século XXAvô sobreviveu a genocídio armênio fugindo para o Brasil e seus netos agora contam a história em livro. Trata-se da saga de Artin Sarkis Arakelian, que, aos 15 anos, enfrentou uma dramática jornada entre Europa e Oriente Médio para salvar a família da brutal chacina perpetrada pelo Império Otomano, que trucidou mais de um milhão e meio de armênios em 1915.
“Uma história real do genocídio armênio: Os diários do meu avô” foi escrito por Marcelo Arakelian e Roberto Abdallah e apresenta as memórias do sobrevivente à repressão sangrenta dos turcos otomanos contra o seu povo, enquanto o mundo mergulhava na Primeira Guerra Mundial.
Depois de se refugiar no Brasil, Artin começou a registrar diariamente as suas memórias sobre os horrores que havia presenciado. Seus netos analisaram a fundo os diários do avô e, com base nele, reconstituíram com detalhes uma série de episódios impactantes ocorridos entre 1895 e 1917. Eles contam no prefácio:
“Trabalhando milhares de horas nesses materiais, fizemos uma minuciosa atividade de artesão, identificando todas as palavras, passagens e principalmente as emoções registradas. Foram anos de trabalho”.
Avô sobreviveu a genocídio armênio fugindo para o Brasil
Um trecho do livro de Marcelo e Roberto contextualiza o início do massacre, em palavras resgatadas dos diários de seu avô Artin:
“Muito antes de eu nascer, quando meu pai tinha 28 anos, no ano de 1895, a Turquia era governada pelo Sultão Abdulhamid II, um rei muito sangrento. Seu império já estava em decadência e, na tentativa de manter a soberania otomana na região, apelou para uma política de extermínio das minorias do império. Temia que seu vasto território fosse particionado em várias nações e começou uma perseguição terrível contra os armênios. Isto seria somente o início da ‘causa armênia’. Então, ele deu a ordem para eliminar todos os armênios que habitavam o Império Otomano”.
De fato, o extermínio sistemático dos cristãos armênios por parte do Império Otomano foi o primeiro a ser planejado no século XX. No entanto, é negado até hoje pela República da Turquia, país que sucedeu o Império Otomano após a sua fragmentação, acelerada na Primeira Guerra Mundial.
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