O site oficial do Vaticano publicou um esclarecedor artigo para mostrar que a preocupação da Igreja Católica em adotar cuidados para evitar epidemias e pandemias, como as campanhas de vacinação, é antiga.
O texto tem o claro objetivo de apresentar um olhar sobre a história, a fim de nos permitir entender melhor o posicionamento do Papa Francisco a favor das vacinas contra a Covid-19.
No artigo, Andrea Tonielli esclarece que já em 1822 o Estado Pontifício, governado por Pio VII, promoveu uma campanha maciça de vacinação compulsória contra a varíola:
De acordo com artigo, o "texto vacinal único" do Estado Pontifício definia a vacina como uma dádiva de Deus:
Entretanto, a campanha de vacinação não teve tanto sucesso. Isso ocorreu devido aos preconceitos e à falta de informação correta por parte da população.
Em 1824, o sucessor de Pio VII, Leão XII, aboliu a obrigatoriedade da vacinação. A medida foi tomada no momento em que muitos diziam que os maçons queriam inocular o vírus da varíola através da vacina. Além disso, muita gente acreditava que a imunização tirava espaço do papel confiado por Deus à Mãe Natureza.
Entretanto, o sucessor de Leão XII, voltou a defender as campanhas de vacinação e instituiu a Congregação Especial da Saúde em 1834. Gregório XV ordenou a vacinação obrigatória para os detentos nas prisões do Estado Pontifício.
No papado de Giovanni Maria Mastai Ferretti, o esforço de vacinação continuou.
Em 1848, Pio IX organizou uma campanha de vacinação com especial atenção aos pobres. O Papa Mastai também ofereceu um pequeno prêmio em dinheiro para quem, após ter sido vacinado gratuitamente, voltasse depois para que os médicos verificassem o sucesso da vacinação.