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Não falar da vida eterna é um erro: uma tentação deste mundo de imediatismos

Tempo e vida eterna
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Reportagem local - publicado em 28/07/21
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A finalidade das teorias materialistas que seduzem a muitos até dentro das Igrejas e das famílias cristãs é a extinção da santidade dos cristãos

Não falar da vida eterna é um erro: uma tentação deste mundo de imediatismos. Este lembrete foi reforçado pelo pe. Marcio Arielton, via rede social.

O sacerdote escreveu:

"Continuar vivendo no planeta Terra não significa salvar-se! Salvação e Vida Plena são realidades que só alcançamos por meio de Jesus Cristo. O papa Francisco, em seu pontificado, por diversas vezes alerta aos cristãos que não falar da vida eterna, da beleza da eternidade, é um erro, uma tentação diante deste mundo de imediatismos e fuga da transcendência.

A busca da justiça, do direito e da paz, não deve ofuscar o principal chamamento de Jesus para a humanidade: 'Convertei-vos e crede no Evangelho'; pelo contrário, as sementes do Reino que espalhamos com as pequenas e grandes ações sócio-transformadoras devem apontar para o fim último de toda a criação do universo: o Juízo Final e o Reinado Eterno da Santíssima Trindade 'sobre tudo aquilo que foi criado, o que há no céus e o que existe sobre a terra, o visível e também o invisível'.

Por isso as teorias e ideologias materialistas, que se apresentam sob tantas formas e máscaras, oferecem aos crentes o grande risco de esquecerem-se da sua vocação mais sublime, que o Concílio Vaticano II nos apresenta na constituição dogmática Lumen Gentium (39-42): a vocação universal à santidade".

O padre prosseguiu:

"Voltemos nossos olhares e atenção a este assunto tão pertinente. A finalidade das teorias materialistas que seduzem a muitos até dentro das Igrejas e das famílias cristãs é a extinção do espírito das virtudes da fé, esperança e caridade no seu ápice: a santidade dos cristãos.

É preciso que o cristão não se esqueça, acima de tudo, das urgências evangélicas de apelo à conversão e transformação de vida que o anúncio do querigma realiza na vida pessoal daquele que se encontrou e foi chamado por Jesus Cristo, Crucificado e Ressuscitado, e assuma assim uma inserção gradual e progressiva na Vida Nova".

"Também se faz necessário que o seguidor de Jesus cuide de nutrir cotidianamente o seu encontro e vivência com o Senhor, que se traduz em intimidade, na vida de oração e conhecimento de Cristo e da fé. A consequência operante e constante desta experiência de encontro transformativo com o Senhor é percebida no discípulo que se lança numa verdadeira atuação nas realidades do mundo, onde o cristão passa a escolher, andar e transformar as realidades que toca - não mais a partir de si mesmo, como experiência de troca egoísta, mas a partir do critério de Jesus Cristo. Sob a ótica do olhar amoroso de Deus, esta atuação se traduz em agir nas diversas periferias existenciais deste mundo, tendo como pano de fundo o testemunho, ou seja, a vivência, na própria vida, do martírio: homens e mulheres que se tornam sacrifícios vivos de louvor, hóstias agradáveis oferecidas no altar do cotidiano, agindo e vivendo entre os homens deste tempo na justiça e santidade.

Somos chamados a viver com o pés no chão, mas com os 'corações ao alto', sabendo que a finalidade de todas as nossas orações, trabalhos, alegrias e sofrimentos é a Vida Eterna. Este tema é tão caro ao anúncio de Jesus Cristo que o Papa Francisco faz questão de nos recordar a sua grande importância e necessidade e as tristes consequências que a omissão da pregação da Vida Eterna tem ocasionado hoje: 'É justamente o fechamento dos horizontes transcendentes, o fechar-se em si mesmo, o apego quase exclusivo ao presente, esquecendo ou censurando as dimensões do passado e, sobretudo, do futuro, sentido especialmente pelos jovens como obscuro e cheio de incertezas. O futuro além da morte aparece, nesse contexto, inevitavelmente ainda mais distante, indecifrável ou completamente inexistente'".

"Portanto, no meio das estradas desta vida, apontemos aos peregrinos, muitas vezes perdidos nos desertos da existência humana na difícil peregrinação terrestre, o caminho do Céu, a Terra Prometida. O fim último de nossa existência ainda não é aqui, mas aqui já podemos avistá-lo. Para alcançá-lo, olhemos para Cristo, meta de todas as aspirações humanas, e, seguindo seus passos e as direções que Ele nos aponta por meio da Sua Igreja, confiemos, buscando, entre as coisas que passam, alcançar um dia as que não passam.

A Virgem Maria, modelo dos santos, que trilhou este caminho com coração cheio de Fé, Esperança e Caridade, nos ajude com sua poderosa intercessão a viver em Justiça e Santidade.

Pe. Marcio Arielton

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