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Papa incentiva “Europa livre de ideologias” para “reencontrar suas raízes cristãs”

Papa incentiva Europa livre de ideologias
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Francisco Vêneto - publicado em 13/09/21
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"Ajudemo-nos a não cair na armadilha de nos contentarmos com pão e pouco mais", pediu Francisco

O Papa Francisco incentivou "uma Europa livre de ideologias" e que "reencontre as suas raízes cristãs", o que demanda, porém, muito mais união entre os cristãos para fecundar o continente com a mensagem pura e universal do Evangelho.

Francisco participou, neste domingo, 12, do encontro ecumênico na Nunciatura Apostólica de Bratislava, capital da Eslováquia, onde fez o seu primeiro discurso durante a atual viagem apostólica àquele país.

Exortando os presentes a prosseguirem o caminho ecumênico, "tesouro irrenunciável e valioso", o Papa questionou:

"Como podemos desejar uma Europa que reencontre as suas raízes cristãs se somos nós os primeiros desarraigados da plena comunhão? Como podemos sonhar com uma Europa livre de ideologias se não temos a coragem de antepor a liberdade de Jesus às necessidades dos grupos particulares de crentes? É difícil exigir uma Europa mais fecundada pelo Evangelho sem nos preocuparmos por ainda não estar plenamente unidos entre nós no continente e sem cuidarmos uns dos outros. Cálculos de conveniência, razões históricas e laços políticos não podem ser obstáculos irremovíveis no nosso caminho".

Ele prosseguiu:

"Foi possível retomar o caminho das suas comunidades depois dos anos de perseguição ateia nos quais a liberdade religiosa ficou impedida ou submetida a uma dura provação. Depois, finalmente, a liberdade chegou. E agora vocês têm comum uma parte do caminho, experimentando como é belo, mas ao mesmo tempo difícil, viver a fé em liberdade. Existe, de fato, a tentação de voltar a ser escravos, não certamente de um regime, mas sim de uma escravidão pior ainda: a escravidão interior".

Francisco exortou então:

"Queridos irmãos, que isto não aconteça conosco! Ajudemo-nos a não cair na armadilha de nos contentarmos com pão e pouco mais. Este risco acontece quando a situação se normaliza, quando nos estabelecemos e nos acomodamos, desejando levar uma vida tranquila. Assim, o objetivo deixa de ser a liberdade 'que temos em Cristo Jesus', a sua verdade que nos torna livres, e passa a ser a obtenção de espaços e privilégios, que, segundo o Evangelho, são 'pão e pouco mais'. Será que nós, cristãos, perdemos um pouco do ardor do anúncio e da profecia do testemunho? É mesmo a verdade do Evangelho o que nos torna livres, ou nos sentimos livres quando atingimos zonas de conforto que nos permitem administrar a vida e avançar tranquilos, sem particulares contratempos? Não nos preocupemos só com o que pode ser útil às nossas próprias comunidades; a liberdade do irmão e da irmã é também a nossa liberdade, porque, sem a dele e a dela, a nossa própria não será plena".

Enfatizando "a beleza da adoração a Deus", o Papa finalizou:

"Que o dom de Deus esteja presente na mesa de todos, pois, embora não possamos ainda partilhar a mesma Mesa Eucarística, podemos hospedar juntos a Jesus, servindo-O nos pobres. Será um sinal mais sugestivo do que muitas palavras e ajudará a sociedade civil a compreender, especialmente neste período doloroso, que somente ficando ao lado dos mais fracos é que poderemos sair verdadeiramente todos da pandemia".

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