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Jovens hesitam em ter filhos devido ao colapso ambiental

Usine à Paris

"Des commentateurs soulignent à juste titre ce courage des humbles cols bleus qui, aujourd’hui, font tourner la machine", souligne Guillaume de Prémare.

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Octavio Messias - publicado em 16/09/21
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Pesquisa de âmbito mundial revelam que brasileiros são os que mais temem o futuro do planeta 

Um estudo feito por pesquisadores de diversas instituições de vários países, como o Centro de Inovação em Saúde Global da Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, e a Universidade de Helsinque, na Finlândia, revelou que o colapso ambiental que estamos atravessando está fazendo com que jovens hesitem ao pensar em ter filhos. Os pesquisadores entrevistaram 10 mil pessoas entre 16 e 25 anos e os brasileiros foram os que demonstraram menor propensão à ideia, com 48% das respostas indicando insegurança quanto à decisão. 

Foram ouvidos jovens de 10 países –  Austrália, Estados Unidos, Reino Unido, Índia, Nigéria, Filipinas, Finlândia, Portugal, Brasil e França – e a média mundial de quem não considera a possibilidade foi de 39%. Nos Estados Unidos, a situação climática pesa contra a paternidade ou a maternidade para 39% dos jovens, enquanto no Reino Unido esse índice é de 38% e, na Austrália, de 42%.   

A esmagadora maioria dos jovens brasileiros (92%) acredita que a humanidade falhou ao tomar conta do planeta e 86% enxerga o futuro como assustador. Esses índices não estão nada desconectados da realidade, uma vez que o mais recente relatório do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas) expôs que as mudanças climáticas são resultado da ação do homem e que nas próximas décadas a América do Sul terá um aumento de temperatura maior do que os demais continentes, o que está diretamente relacionado ao desmatamento da Amazônia. 

O instituto norte-americano NowThis Earth, que faz coberturas diárias sobre mudanças climáticas, biodiversidade e sustentabilidade apresentou um relatório também recente com notícias não mais animadoras. Segundo o documento, a poluição do ar está matando as pessoas em um ritmo mais acelerado do que fumar, acidentes de carro e HIV.

O professor Michael Greenstone, da Universidade de Chicago, desenvolveu o Índice de Qualidade de Vida pelo Ar (AQLI), que avalia taxas de mortalidade em certas áreas com relação aos seus respectivos índices de poluição. O estudo revelou que pessoas que vivem em áreas poluídas têm maior propensão a problemas cardíacos e pulmonares, o que chega a reduzir em seis anos a expectativa de vida de bilhões de pessoas. "Carvão é a fonte do problema na maior parte do mundo", ele disse, em entrevista ao jornal inglês The Guardian

Esperemos que a humanidade tome consciência do risco que isso representa às vidas das pessoas no futuro. E que possamos viver em um planeta mais sustentável, em que jovens não tenham medo de ter filhos, nem se questionem quanto ao seu futuro com relação ao ambiente. Ou mudamos radicalmente a maneira como lidamos com os recursos naturais, ou a falta deles mudará radicalmente o nosso estilo de vida nas próximas décadas.

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