O Memorial Ucraniano de Curitiba foi construído em homenagem aos 100 anos da chegada dos primeiros imigrantes vindos da Ucrânia para a capital do Paraná, o que ocorreu em 1891. Naquele ano, oito famílias ucranianas se estabeleceram na cidade e, a partir de então, mais de 45 mil imigrantes da mesma origem chegariam a Curitiba.
Além da capital paranaense, dezenas de outras cidades do estado do Paraná também acolheram o povo que vinha da Ucrânia: a mais emblemática dessas cidades é Prudentópolis, que hoje tem cerca de 52.000 habitantes, dos quais 75% são descendentes de ucranianos. Estima-se que haja no Brasil, atualmente, em torno de 600.000 brasileiros com ascendência ucraniana, a maioria vivendo no Paraná.
A força da fé como parte da identidade
O Memorial Ucraniano de Curitiba faz parte de um dos muitos e belos parques da cidade, o Tingui, um espaço público verdejante e convidativo para o relaxamento em meio à natureza e para a reflexão sobre o que constitui a identidade de um povo. No caso do povo ucraniano, é quase instantaneamente perceptível a força da fé cristã como elemento indissociável dessa identidade.
Na área do memorial, de fato, o maior dos destaques é a réplica da igreja de São Miguel, originalmente construída pelos próprios imigrantes ucranianos na Serra do Tigre, localizada no também paranaense município de Mallet. Trata-se de uma igreja construída em madeira, no estilo bizantino tal como adaptado às terras eslavas. Ao lado da capela há um campanário que, segundo o site da prefeitura de Curitiba dedicado ao turismo na cidade, "simboliza a integração à nova terra e a importância da religião como mantenedora da unidade cultural".
As pêssankas
Também existe no complexo do memorial uma exposição permanente de pêssankas, os famosos ovos pintados à mão, muito característicos da cultura ucraniana e típicos do período pascal. Em si mesmos, os ovos são tradicionais símbolos de vida, e os desenhos cuidadosamente pintados em suas cascas vão muito além das meras formas geométricas aleatórias: eles seguem um cânone minucioso, em que cada elemento decorativo simboliza um aspecto específico da fé cristã no Cristo Ressuscitado.
Alguns exemplos, entre muitos outros:
Durante o regime comunista, que é violentamente ateu, as pêssankas foram proibidas na Ucrânia, mas continuaram a ser produzidas "clandestinamente" longe das grandes cidades. Com a independência da Ucrânia em 1991 e o resgate das liberdades individuais, esses belos símbolos de fé cristã voltaram a ser produzidos e reconhecidos como parte da cultura do país.
Aliás, na área externa do Memorial Ucraniano de Curitiba, merece destaque a escultura de uma pêssanka gigante, feita pelo artista Jorge Seratiuk, reforçando o peso cultural dessa inspiradora tradição.
Festas típicas
Ao longo do ano, acontecem festas típicas da Ucrânia no memorial, que também possui espaços para venda de artesanato - incluindo as próprias pêssankas, além de ícones e bordados, alguns deles com temática cristã. A loja de souvenirs funciona em uma casa de típica arquitetura ucraniana antiga.
De acordo com o site da prefeitura de Curitiba, entre as festas que acontecem no memorial estão a Bênção dos Alimentos (no Sábado de Aleluia), a Festa Nacional da Ucrânia (em agosto), a Festa da Colheita (em outubro) e a Festa de São Nicolau (em novembro).
Serviço
Endereço do Memorial Ucraniano de Curitiba:
Rua Dr. Mba de Ferrante, s/nº, Parque Tingui
Contato:
(41) 3240-1103
memoriais@fcc.curitiba.pr.gov.br
Horário de funcionamento:
10h às 17h45 (3ª feira a domingo)