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Mãe de 12 filhos e diretora de um orfanato é assassinada na Ucrânia

Olga Semydyanova

Olga Semidianowa

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Karol Wojteczek - publicado em 18/03/22
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Olga Semidianowa, de 48 anos, servia o Exército da Ucrânia desde 2014; a mulher morreu em combate no sudeste do país

Olga Semidianowa foi morta em um tiroteio no dia 3 de março. Devido aos combates ferozes na região de Donetsk Oblast, Ucrânia, ela ainda não foi enterrada. 

Poucas horas antes de sua morte, a mulher escreveu aos filhos que os amava muito e que estava indo para um lugar de lutas particularmente intensas. Ele também enviou à família uma mochila com seus pertences.

"Quando minha mãe estava grávida, ela e meu pai decidiram que também queriam criar  filhos adotivos. Nós nem sabemos o que os motivou, talvez a fé e a vontade de mudar este mundo para melhor. Na reunião de família apoiamos a iniciativa dos nossos pais, que finalmente tiraram seis crianças do orfanato. Eles tinham 11 anos, todos com traumas psicológicos… Então, nos deram o status de orfanato familiar", lembra Anna, uma das filhas de Olga.

Seis filhos biológicos e seis adotivos

Além dos seis filhos adotivos, a família Semidianowa também teve seis filhos biológicos .

Então, por que a mulher que cuidava de um grupo tão grande decidiu ir para o front? “Toda vez que ela saía do serviço ela se despedia e dizia: 'Se não sairmos, eles virão para nossas casas'”, explica Julia, outra filha de Olga. “Mamãe quase nunca saiu dos locais de confrontos diretos. Acima de tudo, queria ajudar as pessoas, embora a guerra tenha levado muitos dos seus amigos", acrescenta.

Olga Semidianowa serviu as Forças Armadas da Ucrânia como costureira e, depois, como enfermeira. Ela participou dos combates em Donetsk Oblast desde 2014. Foi premiada várias vezes por sua coragem e atitude no campo de batalha. 

Tradição militar

A tradição militar se repete na maior parte da família Semidianowa. O marido e um dos filhos de Olga estão servindo na defesa territorial. Outro filho defende Kharkov como soldado profissional. Uma das filhas da mulher também ajuda os militares como voluntária, enquanto a outra é policial. 

Julia ficou em casa para cuidar de seus irmãos mais novos.

"O único consolo é que minha mãe tem sua primeira neta, Sofia, que em breve fará seis meses. Mas dia destes nosso irmão mais velho também terá uma filha, que a avó nunca levará nos braços. Nossa mãe merece ser lembrada pela quantidade de coisas que fez, pelas lágrimas que derramou, pelos sorrisos que deu", concluiu a filha.

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