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O mundo esqueceu o Líbano, reduzido a desesperança e fome

Beirute, Líbano
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Francisco Vêneto - publicado em 12/04/22
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Há famílias que não conseguem mais dar de comer aos filhos, denuncia fundação pontifícia

A fome no Líbano é um drama atual que não aparece na grande mídia. Catarina Martins de Bettencourt, diretora da fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) em Portugal, visitou recentemente a capital libanesa, Beirute, e se declarou impressionada com "tantas famílias que não conseguem mais dar de comer aos filhos".

Segundo matéria publicada no site oficial da AIS em Portugal, Catarina afirma:

Durante quatro dias de visita ao país que já foi próspero, mas caiu numa espiral acelerada de empobrecimento devido a uma sequência de crises políticas e econômicas nos últimos anos, Catarina descreveu o Líbano como "em colapso".

A sequência de crises se intensificou dramaticamente com a explosão no porto de Beirute, que deixou o mundo estarrecido em agosto de 2020. Desde então, o Líbano se arrasta em uma das "mais profundas crises da sua história", nas palavras da diretora da AIS em Portugal. Ela cita, entre as características dessa crise generalizada, o "colapso do sistema bancário" e a "inflação elevadíssima, que reduziu quase a cinzas as poupanças das famílias". As pessoas, prossegue Catarina, "estão desesperadas, estão sem esperança".

O êxodo massivo dos libaneses é um dos resultados mais notórios da crise, o que dificultará que o país retome o crescimento. "Todos os dias saem pessoas do Líbano", comenta a diretora da AIS portuguesa.

Diante desse panorama, a fundação pontifícia determinou uma intensificação da parceria com a Igreja local para ajudar as comunidades cristãs, particularmente nas áreas de saúde, educação e distribuição de cestas básicas, medicamentos e artigos de primeira necessidade. "O Líbano vai precisar muito da nossa ajuda", resume Catarina.

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