O Papa Francisco concorda com o que já disse o seu predecessor Bento XVI: o futuro da Igreja será “menor”, mais “humilde e autêntico”, com “energia para o essencial”.
Esse assunto foi tratado em uma conversa do Papa com os membros da Companhia de Jesus, durante a viagem apostólica a Malta.
A transcrição da conversa informal de cerca de 40 minutos, realizada na manhã de domingo, 3 de abril de 2022, na Nunciatura Apostólica e com a participação de 38 confrades malteses, foi postada pela La Civiltà Cattolica, a revista jesuíta italiana.
A Igreja do futuro
Religiosos perguntaram a Francisco como será o futuro da Igreja, que está se tornando menor na Europa secular, enquanto se desenvolve na Ásia e na África.
O Papa, então, respondeu prontamente:
Vocações
O Santo Padre reconheceu o problema da falta de vocações para muitas ordens religiosas, ligando-o ao fato de que há menos jovens, já que as famílias estão tendo menos filhos. “Os casamentos estão diminuindo, enquanto as pessoas pensam em crescer na profissão”, acrescentou o pontífice.
Respeito nas questões vocacionais
Para Francisco, tal situação traz também o risco de se “querer buscar vocações sem discernimento adequado”, perigo sobre o qual o Papa já alertou em outras ocasiões.
De fato, na exortação apostólica publicada após o Sínodo da Amazônia o Papa já chamava a atenção para esta questão. Ele destacou: “É digno de nota que, em alguns países da Bacia Amazônica, mais missionários vão para a Europa ou Estados Unidos do que permanecem para ajudar seus próprios Vicariatos na região amazônica.”
Agora, aos jesuítas, Francisco alertou:
Nós avançamos, e não há como voltar atrás
Francisco também falou sobre a jornada sinodal da Igreja:
A verdadeira vocação da Igreja
Por fim, o Papa voltou a falar sobre os números da Igreja e a sua vocação:
"Qual é a vocação da Igreja? Não são números. É evangelizar. A alegria da Igreja é evangelizar. O verdadeiro problema não é se somos poucos, em outras palavras, mas se a Igreja evangeliza. Nas reuniões anteriores ao Conclave, eles falaram sobre o perfil do novo Papa. Foi justamente aí, nas Congregações Gerais, que se utilizou a imagem de uma Igreja que sai. Em Apocalipse diz-se: 'Estou à porta e bato'. Mas hoje o Senhor está batendo de dentro para que possamos deixá-lo sair. Esta é a necessidade de hoje, a vocação da Igreja hoje."